O União Brasil e o PL saíram fortalecidos das urnas do Nordeste, o que confirma o que as pesquisas já projetavam, o avanço do conservadorismo e dos partidos do Centrão em todo o País. Das nove capitais nordestinas, cinco acabaram no primeiro turno, e apenas uma, o Recife do prefeito reeleito João Campos (PSB), será comandado por uma sigla de centro-esquerda. As outras quatro disputas em segundo turno, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro disputará em três municípios, enquanto o PT estará no páreo em outras duas.
De acordo com o resultado das urnas, o PSD conquistou mais prefeituras em três Estados do Nordeste – Bahia, Piauí e Sergipe. Já o PL conquistou mais prefeitos no Maranhão. O MDB foi o maior vencedor em dois Estados: Rio Grande do Norte e Alagoas, enquanto o PSB teve maior número de prefeitos no Ceará e na Paraíba. Estado governado pela tucana Raquel Lyra, Pernambuco deu ao PSDB o título de maior número de prefeituras, com 32, uma a mais do que PSB. E os dois partidos ainda disputam o município de Paulista em segundo turno.
Outro ponto a destacar nas eleições nas capitais do Nordeste é que dos cinco eleitos em primeiro turno, quatro conquistaram mais de 70% dos votos válidos.
Veja como ficou cada uma das capitais do Nordeste:
Aracaju
É um dos municípios em que o PL pode ampliar o número de prefeituras. Emília Corrêa obteve 41,62%, numa eleição marcada por uma presença maciça de mulheres candidatas. No entanto, um homem passou para o segundo turno, Luiz Roberto, do PDT, com 23,86%.
Fortaleza
A capital cearense também viveu talvez a maior reviravolta durante a campanha eleitoral, entre as capitais do Nordeste. André Fernandes (PL) conquistou espaço e acabou sendo o mais votado, com 40,20% e enfrentará o petista Evandro Leitão, que obteve 34,33%. Ambos não apareciam como favorito. Quem liderou todo o certame foi o Capitão Wagner (União). Quem também pontuava bem e despencou foi o prefeito e candidato à reeleição, José Sarto (PDT).
João Pessoa
Outra surpresa das urnas ocorreu em João Pessoa. A vitória do prefeito e candidato à reeleição, Cícero Lucena (PP) era dada como certa. E ele quase conseguiu. Obteve 49,16% e terá que disputar o segundo turno com o bolsonarista Marcelo Queiroga (PL), ex-ministro da Saúde, que chegou a receber uma visita da ex-primeira-dama Michele Bolsonaro para catapultá-lo e saiu das urnas com 21,77% dos votos válidos.
Maceió
Campeão de votos entre os prefeitos das capitais do Nordeste, João Henrique Caldas (PL) superou as expectativas e conquistou 83,25% dos votos válidos. As pesquisas apontavam que ele teria por volta dos 75%. Com a votação robusta, pavimenta o caminho para disputa do governo de Alagoas.
Natal
Numa eleição que provocou surpresa, o segundo turno será disputado entre Paulinho Freire (união), que conquistou 44,08% dos votos válidos, e Natália Bonavides, que acabou com 28,45%. A surpresa ficou por conta da derrota do ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD), que liderou com folga todo o período eleitoral.
Recife
Outra eleição cujo final já era esperado. O prefeito do Recife e candidato à reeleição João Campos (PSB) foi o único de centro-esquerda a sair vitorioso das urnas. Conforme apontavam as pesquisas, ele saiu das urnas com 78,11% o maior percentual já alcançado por um candidato à Prefeitura do Recife da história. Assim como JHC, ganha força para disputar o Governo em 2026.
Salvador
Outro município em que o prefeito e candidato à reeleição de uma vitória larga. Pernambucano de Petrolina, Bruno Reis contou com a presença ostensiva de ACM Neto na campanha e saiu das urnas na capital baiana com 78,67% dos votos válidos. Se qualifica para um cargo majoritário em 2026.
São Luís
Da mesma safra de prefeitos de capitais reeleitos com larga margem , Eduardo Braide (União) obteve 70,12% dos votos válidos e conquistou mais um mandato na capital maranhense.
Teresina
As pesquisas apontavam para segundo turno na eleição da capital do Piauí. Mas abertas as urnas, o ex-prefeito Sílvio Mendes conquistou 52,19% dos votos válidos. A curiosidade na eleição de Teresina foi o desempenho do prefeito e candidato à reeleição Doutor Pessoa, que conseguiu apenas míseros 2,20% dos votos válidos.
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