Uma demonstração de força. O ato de filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD era para marcar uma nova fase na vida da gestora. E marcou. Faltou espaço no Recife Expocenter, no Cais de Santa Rita, um local com capacidade para sete mil pessoas. Além dos aliados, muitos deles vindos do interior em ônibus, que ficaram estacionados próximos ao local, dois ministros de Estado, quatro senadores, sete deputados federais, 21 estaduais, 57 prefeitos compareceram à filiação, que ficará marcada com a profecia do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, de que, “após ser reeleita’, Raquel chegará à “Presidência da República”.
“Raquel, mantendo o crescimento que hoje vivemos, ela conquistará a recondução ao comando do Estado de Pernambuco. Escutem-me, eu tenho experiência de quase 40 anos de vida pública, desde 86, de 2 em 2 anos participo de eleições. A primeira de 86, comandando à eleição pela constituinte de Guilherme Afif Domingos. Raquel, se reelegendo governadora, vai trazer muito orgulho para Pernambuco. Porque, no dia seguinte, Pernambuco vai perceber que Brasil vai começar a sonhar com a hipótese de Raquel ser presidente da República”, colocou Kassab, sendo aplaudido pelos aliados da governadora que acompanhavam a coletiva.
Raquel chega no horário marcado: 18h55
O ato estava marcado para as 18h55, numa referência ao número do partido, e, neste horário, ao som da banda de pífano que recepcionava as pessoas, a governadora Raquel Lyra chegou, vindo de uma agenda em Limoeiro. Foi direto para um breve pronunciamento à imprensa.
“Encontrei em vocês, (Gilberto) Kassab, André (de Paula), em todos aqueles que fazem o PSD, a acolhida necessária para que eu possa chegar para somar. Chegar para aprender, para ajudar na construção de um partido que ainda é recente. Tô muito feliz hoje de poder estar na nova casa. Agradecendo ao partido (PSDB) que me acolheu nestes últimos 9 anos, mas dizendo que agora é um novo começo. Agradeço muito a todos vocês, também pela expectativa e paciência”, destacou Raquel, num pronunciamento coincidentemente de 3’55’’, lembrando os meses de negociação para a filiação à legenda.
Até então presidente estadual do PSD, o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, afirmou que a história da legenda em Pernambuco “tem dois momentos: um se conclui hoje e outro se inaugura agora, sob a liderança da governadora”.
“O partido é feito basicamente de duas coisas. Primeiro, da força das ideias que unem os seus militantes e, depois, da excelência dos quadros que militam no partido. Vocês podem imaginar como eu, como Kassab, como todos que estão aqui, estamos emocionados. Isso porque vemos aquele partido que fundamos há 11 anos receber hoje um dos maiores talentos da política nacional, a primeira mulher governadora de Pernambuco”, afirmou André de Paula.
Depois do encontro com a imprensa, o grupo seguiu para o auditório onde ocorreria o ato. Com dificuldade para chegar ao palanque, por causa da lotação, e sob som alto e gritos dos presentes, o grupo começou o ato em si. Entre discursos de deputados estaduais, federais e senadores, uma fala chamou a atenção, do presidente estadual do PL, Anderson Ferreira. O partido se coloca como independente em relação ao governo Raquel e foi determinante para que a oposição conquistasse o comando das comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco.
“Raquel, o povo de Pernambuco sabe da sua capacidade. E a construção dessa união com Pernambuco é algo que motiva a cada um fazer parte desse time. Eu fiz questão de hoje estar aqui, trazer o meu abraço, desejar sucesso nessa nova etapa. E eu, Raquel, fiquei muito feliz de poder enfrentar um bom combate com você, debater Pernambuco, e estar hoje dando uma demonstração clara, que Pernambuco está acima de partido e de diferenças política”, afirmou Anderson.
Atos simbólicos e gafe
O ato teve momentos simbólicos, como o discurso do ex-governador João Lyra Neto, pai de Raquel, que se comprometeu a ajudar no crescimento do PSD. E, também, situações singulares, como no discurso da prefeita de Olinda, Mirella Almeida, que, empolgada, disse que ela e Raquel eram “madeira de lei que cupim não roi”, trecho da música de Capiba Madeira do Rosarinho, considerada quase como o hino que embala as campanhas do PSB do prefeito do Recife e adversário de Raquel, João Campos.
No fim, depois de quase três horas de evento, a governadora Raquel Lyra conseguiu realizar um ato de força, com um Recife Expocenter lotado. Lembrava uma convenção partidária, um prenúncio de que 2026 é logo ali. E já começou.
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