Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Raquel a caminho do conforto do PSD, que não tem no ninho tucano

A governadora Raquel Lyra deve se filiar em 10 de março ao PSD de Gilberto Kassab e que faz parte da base do presidente Lula
Governadora Raquel Lyra deixa o PSDB e vai para o PSD, partido da base do presidente Lula Foto: Hesíodo Góes/Secom
Governadora Raquel deixa o PSDB e vai para o PSD, partido da base do presidente Lula Foto: Hesíodo Góes/Secom

A decisão da governadora Raquel Lyra de trocar o PSDB pelo PSD, um movimento aguardado há meses, mas tratado com a devida cautela nos círculos governistas, é uma sinalização do caminho que será percorrido pela gestora na pavimentação da sua candidatura à reeleição em 2026. Nesta terça-feira (25), os jornais Folha de S.Paulo e Estadão informaram que a filiação de Raquel ocorrerá no próximo dia 10, em evento que contará com a presença do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab.

Há meses que a governadora Raquel Lyra e o PSDB paqueravam. Nas eleições municipais do ano passado, por exemplo, os candidatos de dois dos maiores municípios em número de eleitores do Estado – Recife e Olinda -,  os candidatos apoiados por Raquel foram abrigados no PSD. Daniel Coelho teve desempenho ruim na capital, mas Mirella Almeida foi eleita em Olinda, ajudando o partido a conquistar o maior número de prefeituras do país, com 885 dos 5.421 prefeitos eleitos. 

Com muito tempo ainda para definir o seu destino partidário nas eleições de 2026, a governadora Raquel Lyra teria antecipado a sua decisão em mais de um ano e meio para, na visão dos aliados, dar uma sinalização do caminho que vai traçar na disputa.

Teve aliado, inclusive, que a definição deveria ter ocorrido antes, até o fim do ano passado. A avaliação é que ela já deveria entrar no ano pré-eleitoral comandando a legenda e começando a estruturar o partido, iniciando as articulações para montar chapas proporcionais fortes. 

Esse mesmo aliado avaliou que a gestora foi maltratada pelo PSDB. “Pelo tamanho, qualificação e importância de Raquel, ela deveria ser tratada como estrela da legenda. Mas nunca houve um tratamento à altura do que ela merecia. No PSD será diferente. Entra com o respaldo total do presidente Gilberto Kassab, e vai montar o partido à sua cara. Por isso deveria entrar o quanto antes”,  destacou o governista de longa estrada na política pernambucana. 

- Publicidade -

Raquel e a relação com Lula

Um outro governista, com bem menos estrada, mas com bom trânsito no Palácio do Campo das Princesas, apontou outro incômodo da governadora com o ninho tucano. O PSDB segue firme na oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem feito parcerias importantes com Raquel Lyra. A relação de ambos é cada vez mais estreita. Além disso, o petista é cabo eleitoral em Pernambuco. 

Apesar de uma aliança entre a gestora e o PT ainda seja uma possibilidade ainda distante, esse governista avalia que, com a filiação ao PSD, um partido da base de Lula, é possível reproduzir o cenário de 2006, quando o petista apoiava Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB) ao Governo do Estado.

Nas eleições de 2024, o PSD do ministro André de Paula serviu de abrigo para os aliados de Raquel Lyar, como Mirella Almeida Foto Divulgação

Se para o PSD o ingresso de Raquel é tratado com pompa e circunstância – inclusive o comandante do PSD estado, o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, disse que as portas da legenda estão “escancaradas” para recebê-la -, no PSDB esse movimento pode representar o início de uma debandada do partido.  A sigla tucana tem, atualmente, três governadores: além de Raquel, são filiados à sigla Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul, e Eduardo Riedel, no Mato Grosso do Sul. Os dois permanecem na legenda, mas também estão desconfortáveis.

Veja também:

Marconi Perillo participa ao lado de Raquel Lyra de ato do PSDB no Recife

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -