Por Roberto Tavares*
Investimentos em infraestrutura representam uma das bases fundamentais para o desenvolvimento sustentável de um país: Saneamento Básico, Rodovias, Energia Elétrica, Telecomunicações, Gás Natural, Portos e Aeroportos, dentre outros, são imprescindíveis para que um País possa ter uma economia dinâmica e estar preparado para novos tempos.
Pensando nisso, e cumprindo sua missão de gerar impactos positivos na sociedade, o LIDE Pernambuco pretende incentivar discussões de alto nível sobre infraestrutura, envolvendo o setor empresarial, a classe política e a sociedade civil organizada, com visão de longo prazo, independentemente das mudanças nos governos. O LIDE defende uma abordagem de longo prazo para a infraestrutura, com monitoramento permanente, e considera importante a participação ativa da sociedade civil.
Quando acontece uma calamidade como a do Rio Grande do Sul nos deparamos com diversas questões de infraestrutura. Uma enchente como assistimos, além de ceifar vidas, destruir memórias e corroer o tecido econômico, tem imagens dramáticas e avassaladoras. Acontece como um estrondo de uma bomba atômica. Mas há outras calamidades, decorrentes da falta de infraestrutura, que são silenciosas. A seca no Nordeste e a falta de saneamento básico, só para citar duas situações importantes, também ceifam vidas, destroem memórias e corroem o tecido econômico, mas não acontecem como uma bomba, de uma única vez, acontece no dia a dia, de forma quase imperceptível, dada a ausência de planejamento ou lentidão na realização das obras.
Olhar o Passado serve para identificar o que não foi feito, o que poderia ter sido feito melhor, aperfeiçoar o planejamento e a matriz de riscos, para não estarmos sempre correndo atrás do prejuízo, para que possamos ser mais resilientes. Olhar o Presente, significa entender que o “Gestor de Plantão” tem que enfrentar a realidade atual com as armas que dispõe, e precisa ser apoiado na sua missão. Precisa ter obsessão por resultados e por enfrentar a burocracia para fazer mais rápido. Olhar o futuro, analisando o passado e o presente, vendo o que deu certo e o que deu errado, buscando entender as razões para que o déficit de infraestrutura seja tão gritante e propor novas soluções que nos levem a uma situação melhor no futuro.
Planejamento da infraestrutura
Os investimentos em infraestrutura precisam ir além dos ciclos políticos. Precisamos de um planejamento de longo prazo que ultrapasse as barreiras de uma administração para a outra, garantindo a continuidade dos projetos essenciais, independentemente das mudanças nos governos e dos orçamentos públicos.
O LIDE entende que o modelo onde o Setor Público é o grande investidor/construtor não mais se sustenta e não vai garantir a infraestrutura que o País precisa. O Setor Privado precisa ser chamado ao desafio, trazendo recursos e expertise para que os investimentos aconteçam num prazo menor, de forma mais consistente e com mais qualidade. Planejamento e contratos de longo prazo, com regras claras e regulação eficiente podem mudar essa realidade. Isso não é tarefa para um só Governo. Isso precisa ser um compromisso transparente para toda a Sociedade e ser seguido e aperfeiçoado por todos os Gestores que vierem no futuro.
*Roberto C. Tavares é Presidente do LIDE Infraestrutura/PE e Sócio da ÉfficoPar. Já foi Presidente da Compesa e da Associação Brasileira de Empresas de Saneamento (AESBE)
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