Etiene Ramos – Cena Econômica: Brasil surpreende na COP26

Brasil surpreende na COP26 Sim, foi sob pressão dos Estados Unidos mas o Brasil é um dos mais de cem países que aderiram ao acordo para redução do desmatamento e degradação do uso do solo, anunciado hoje durante a 26a. Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, no Reino Unido. Depois da […]
Etiene Ramos
Etiene Ramos
Jornalista

Brasil surpreende na COP26

Etiene Ramos

Sim, foi sob pressão dos Estados Unidos mas o Brasil é um dos mais de cem países que aderiram ao acordo para redução do desmatamento e degradação do uso do solo, anunciado hoje durante a 26a. Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, no Reino Unido. Depois da má fama adquirida pelo descaso com o desmatamento e as queimadas na Amazônia e no Cerrado, o governo brasileiro, enfim, parece que vai mudar e proteger seu patrimônio natural. Mas não se trata de um momento ‘Bolsonaro Flower Power”. O presidente está sob a pressão interna do agronegócio que, mesmo que invista em produção sustentável, é arranhado pela imagem do país no mercado internacional – cada vez mais exigente e seletivo contra a irresponsabilidade ambiental. Em Glasgow, a indiferença dos líderes do G20 a Bolsonaro pode ter mais efeitos pragmáticos para a economia e a política brasileiras do que as manifestações que ele enfrenta por onde passa. Já aqui dentro, o movimento de governadores tomando as rédeas para atender às necessidades dos seus Estados, como ocorreu na pandemia da Covid-19, e reaparece no congelamento do ICMS para conter o avanço do preço dos combustíveis e seu efeito na inflação, está indo mais longe. Liderados pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, 22 deles formaram o Consórcio Brasil Verde, e pelo menos dez, entre eles três governadores do Nordeste (Pernambuco, Ceará e Piauí) estarão na COP26 a fim de se credenciar como atores que vão combater, com programas estaduais, o aumento das emissões de gases tóxicos. Não é só uma ação política, eles pretendem atrair recursos de organismos multilaterais, fundos de investimentos e instalação de multinacionais em suas gestões. Não se pode afirmar que todos querem ser verdes, nem negar. Mas todos querem o crédito verde. E para ter, não basta querer. É preciso vestir a cor das cédulas de moedas fortes, tomar iniciativas socioambientais e mostrar resultados.

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Novas ferrovias na estação

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As propostas de construção de novas ferrovias apresentadas pela iniciativa privada ao Ministério da Infraestrutura ganharam mais 60 dias para aprovação com a prorrogação da MP 1.065/21 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no último dia 29. Entidades como a Associação Brasileira da infraestrutura e Indústria de Base (ABDIB) e a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), além dos consórcios e empresas interessadas trabalharam pela prorrogação e esperam que a Câmara aprove o Marco Regulatório das Ferrovias, já aprovado pelo Senado, durante a nova vigência da MP. Se passar do prazo as 25 propostas dos trechos escolhidos que somam investimentos de cerca de R$100 bilhões na malha ferroviária, serão perdidas . Entre elas, está a da Bemisa, que anunciou investir R$ 5,7 bilhões na construção do trecho da Transnordestina entre Curral Novo, no  Piauí, e o Porto de Suape, em Pernambuco.

Presidente do consórcio Transhydrogen Alliance, Hans Vrijenhoef, e Camilo Santana – Foto: Ascom Casa Civil-CE

Ceará já assinou 12 acordos para produção de H2V

Um dos integrantes da comitiva de governadores estaduais que participam da COP26, o governador do Ceará, Camilo Santana, está na dianteira para a instalação de plantas de produção de Hidrogênio Verde (H2V) no Porto do Pecém, com 12 memorandos de entendimento. Os mais recentes foram assinados na semana passada na Europa, antes da viagem para Glosgow. O primeiro em Roterdã, na Holanda, com o Consórcio Transhydrogen Alliance, que prevê investimentos de US$2 bilhões para produção de 500.000 toneladas/ano de H2V; e na sequência em Munique, na Alemanha, com a Linde, que já tem uma unidade da sua subsidiária para a América Latina, a White Martins, com uma planta de oxigênio no Pecém.  

Belivaldo Chagas alinha apoio do governo para avanço do terminal – Foto: Gov SE

Sergipe terá terminal privado de GNL

O projeto do gasoduto de transporte de GNL que ligará a Celse- Centrais Elétricas de Sergipe, à malha da Transportadora Associada de Gás (TAG), está em discussão avançada com o governo de Sergipe. Na semana passada, diretores das empresas se reuniram com o governador Belivaldo Chagas para alinhar questões técnicas a fim de concluir a construção do gasoduto até 2023. Orçado em R$300 milhões, o projeto integra o Complexo Porto de Sergipe, no município de Barra dos Coqueiros, e terá 25 quilômetros e capacidade de movimentar 14 milhões de m³ por dia. O investimento no primeiro terminal privado de GNL do país deverá atrair novos empreendimentos para o Estado e garantir segurança no provimento de gás a Sergipe e toda a região Nordeste. 

Hotel do Sesc e seu teleférico estão entre as atrações da cidade – Foto: Maycon Sá

Triunfo ganha Safe Travels, do WTTC

Triunfo, no Sertão pernambucano, agora tem o reconhecimento internacional de destino seguro: o Safe Travels, do World Travel & Tourism Council (WTTC) – um passaporte de peso para a retomada do turismo na cidade. Em novembro de 2020 Pernambuco passou a contar com a chancela do WTTC por seguir 13 protocolos sanitários para o turismo local e criar o Selo Turismo Seguro, entregue a empresas, profissionais de turismo e municípios pela secretaria estadual de Turismo e Lazer. Conhecida por seu clima ameno, tradições culturais, belo casario, cachoeiras e trilhas, Triunfo é um oásis no Sertão, e recebeu o Safe Travels, no último sábado, por contar com pelo menos 20% das empresas locais no Cadastur, do Ministério do Turismo, e manter fiscalização dos serviços e equipamentos turísticos pela vigilância sanitária municipal, entre outros requisitos.

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