A indústria automobilística brasileira registrou um crescimento de 15% nas vendas de veículos até novembro, alcançando 2,43 milhões de unidades comercializadas, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Esse aumento reflete a recuperação do setor após a crise sanitária global. O bom desempenho é impulsionado por diversos fatores, como a recuperação da economia e a ampliação da confiança do consumidor, apesar da alta de juros.
O bom desempenho do setor em 2024 é também resultado do aumento das exportações e da renovação de modelos com maior eficiência de consumo e tecnologia. A Anfavea projeta que, ao final do ano, o mercado de veículos novos alcance 2,6 milhões de unidades, mantendo a tendência de crescimento do setor.
Segundo a Anfavea, o Brasil foi o mercado que mais cresceu entre os dez maiores do mundo em 2024, com aumento de 15% na venda de veículos novos. Essa evolução se deu principalmente no segundo semestre, que foi o melhor dos últimos dez anos.
“Quero agradecer a grande parceria da Anfavea para o crescimento da nossa indústria e para a geração de emprego e renda. Tivemos um ano excepcionalmente bom”, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alkmin, ao receber os dados sobre a geração de 100 mil empregos na cadeia automotiva brasileira neste ano.
O diretor-executivo da Anfavea, Igor Calvet, ressaltou no encontro realizado na quinta-feira (19) a forte recuperação da produção de veículos no segundo semestre, que levou a uma elevação no ano de cerca de 11%. Entre os números, a associação mencionou ainda a recuperação das exportações no segundo semestre deste ano, com destaque para a retomada dos embarques para a Argentina e Uruguai.
Também na reunião, a Anfavea mostrou preocupação com a alta nas importações, puxada por veículos vindos de fora do Mercosul, especialmente da China. Calvet estava acompanhado de outros representantes da indústria automotiva, que trataram ainda de questões sobre a relação comercial do Brasil com a Argentina e Colômbia, reforçaram alguns pleitos relacionados ao programa Mover e agradeceram as medidas tomadas pelo MDIC para impulsionar a indústria no país.
Montadoras apostam em carros made in Nordeste
A região Nordeste tem se destacado como um polo de atração para novas montadoras, com investimentos bilionários anunciados para fortalecer a cadeia de produção e gerar milhares de empregos. O aumento do número de fábricas e a instalação de unidades da BYD, Stellantis e do novo projeto do grupo Comexport no Ceará são os principais destaques.
A BYD, fabricante líder de veículos elétricos, investiu R$ 1 bilhão em sua planta de Camaçari, na Bahia, onde tem expandido sua produção de carros elétricos e híbridos. O investimento está alinhado com a estratégia da empresa de aumentar a produção e atender à crescente demanda por veículos sustentáveis no Brasil. A montadora também anunciou um segundo projeto na região, com previsão de expansão de sua capacidade até 2025. Essas informações foram obtidas diretamente da BYD Brasil.
Por sua vez, a Stellantis, que reúne marcas como Fiat, Jeep e Peugeot, segue apostando no estado de Pernambuco, com sua planta localizada em Goiana. A montadora anunciou que, em 2024, investirá R$ 2 bilhões para a produção de veículos elétricos e híbridos, além da renovação de sua linha de produtos. A Stellantis tem se consolidado como um dos maiores empregadores da região, com cerca de 12.000 funcionários diretos e indiretos.
Além disso, o grupo Comexport, especializado em exportação e distribuição, confirmou a instalação de uma nova montadora no Ceará. O projeto de R$ 3 bilhões, que será desenvolvido em parceria com empresas estrangeiras, tem como objetivo iniciar a produção até 2025. A nova planta promete gerar 15.000 novos postos de trabalho, além de fortalecer o setor de exportação da região.
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