O Consórcio Nordeste anunciou, para esta quinta-feira (17), a instalação de um comitê que pretende monitorar e enfrentar situações de emergência climática nos nove estados nordestinos que o compõem. A expectativa é a de viabilizar assessoramento técnico especializado a seus nove estados-membros, além de promover cooperações e estruturar políticas públicas que fortaleçam a resiliência climática do Nordeste.
O Comitê Científico de Monitoramento e Enfrentamento das Emergências Climáticas (CC-MEEC) será composto por dois representantes de cada estado, visando a uma atuação conjunta para o enfrentamento dos desafios climáticos cada vez mais presentes no cotidiano desta e de outras regiões do país.
Por meio de nota, o consórcio informou que a “a iniciativa reflete a preocupação dos governadores e governadoras da região com o atual cenário de emergências climáticas e reforça a abordagem científica em questões essenciais para o país, como já foi demonstrado no combate à pandemia”.
Impacto no Nordeste
O consórcio também citou um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), indicando que diretrizes científicas aplicadas no Nordeste durante a pandemia poderiam ter evitado até 250 mil mortes, caso fossem seguidas em todo o Brasil. “Esse dado reforça a importância da ciência na formulação de políticas públicas eficazes.”
A coordenação do comitê ficará sob a responsabilidade de Olívia Maria Cordeiro de Oliveira, geóloga e professora titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua vasta experiência acadêmica e científica é esperada para contribuir com o desenvolvimento de estratégias regionais focadas na mitigação dos impactos climáticos.
A seca prolongada que afeta o Nordeste, especialmente a grave situação do reservatório de Sobradinho, é um dos desafios principais a serem enfrentados pelo comitê. A escassez de água, agravada pelas mudanças climáticas, intensifica a vulnerabilidade das populações da região, exigindo um planejamento que leve em conta as especificidades de cada estado.
O Consórcio foi criado em 2019 para ser o instrumento jurídico, político e econômico de integração dos nove Estados da região Nordeste do Brasil, um território de desenvolvimento sustentável e solidário neste momento de grandes desafios.
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