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Queijo Minas Artesanal é reconhecido como patrimônio imaterial pela Unesco

Trata-se da sétima inclusão de elemento cultural brasileiro, a primeira desde 2019. Título dado ao Queijo Minas Artesanal tende a abrir novos mercados internacionais
Queijo Minas Artesanal é reconhecido como patrimônio imaterial pela Unesco
Com técnicas desenvolvidas ao longo de três séculos, o Queijo Minas Artesanal é importante atividade socioeconômica. Foto: Divulgação

Os modos de produção artesanal do queijo Minas foram incluídos na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O anúncio foi feito durante a 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, realizada em Rabat, Marrocos, destacando a relevância cultural e econômica da produção desse alimento tradicional.

Trata-se da sétima inclusão de elemento cultural brasileiro na referida lista, a primeira desde 2019 e a primeira relativa a um alimento. O reconhecimento abrange o conhecimento transmitido entre gerações e as práticas envolvidas na fabricação do queijo em Minas Gerais. Este processo, que inclui etapas como ordenha, coagulação do leite e maturação, reflete a interação histórica entre os produtores locais e os recursos naturais da região. O título internacional reforça a importância de preservar essas tradições, além de promover a valorização dos pequenos produtores.

A produção do Queijo Minas Artesanal abrange 106 municípios do estado de Minas Gerais. O alimento é feito há três séculos, desde o período colonial, a partir do leite cru.

Desde 2008, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal são reconhecidos como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura.

O pedido de reconhecimento foi feito pelo Iphan à Unesco em março de 2023. A demanda foi aprovada durante a 19ª Sessão do Comitê Para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da Unesco, realizada em Assunção, capital do Paraguai.

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Em nota, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que o reconhecimento é “uma maneira muito especial de preservar a nossa memória, a sabedoria do nosso povo.”

Já o presidente do Iphan, Leandro Grass, destacou que o queijo não tem valor sem a parte humana, por isso, não é simplesmente o queijo minas que é patrimônio, mas sim os modos de fazê-lo. “Por trás da história do queijo minas nós temos a história do Brasil e da agricultura familiar.”

Para Grass, o reconhecimento significa um pacto de cuidado e de preservação deste bem cultural. Ele disse esperar que isso ajude na projeção do patrimônio mineiro e brasileiro. “Um grande viva às comunidades produtoras do queijo artesanal, este alimento que nos traz tantos saberes, memórias e a preservação da agricultura familiar”, acrescentou a ministra Margareth Menezes.

Além do Iphan e do Ministério da Cultura, o reconhecimento da Unesco também era reivindicado pela Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo), pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

Impactos econômicos e culturais

De acordo com Leônidas de Oliveira, secretário de Cultura de Minas Gerais, a conquista deve impulsionar a visibilidade do Brasil no cenário global, favorecendo o turismo cultural e a geração de renda nas comunidades produtoras. Este é o primeiro bem registrado no Livro dos Saberes a alcançar o reconhecimento da Unesco, colocando em evidência a riqueza e a diversidade da cultura brasileira.

Além disso, a produção artesanal do queijo Minas possui relevância econômica para o estado. Em 2022, a receita da indústria de laticínios de Minas Gerais alcançou R$ 8,7 bilhões, representando cerca de 25% do mercado nacional. O reconhecimento tende a abrir novos mercados internacionais, criando oportunidades para a exportação e a ampliação da cadeia produtiva.

Riqueza do patrimônio cultural brasileiro

O título relativo ao queijo Minas reafirma a relevância da identidade cultural brasileira no contexto global, enquanto incentiva a preservação de práticas tradicionais em meio às mudanças contemporâneas.

Atualmente, o Brasil possui seis bens culturais registrados como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, representando a diversidade e riqueza de suas tradições. Além disso, o país conta com 38 manifestações culturais reconhecidas pelo Iphan.

Patrimônios Imateriais pela Unesco:

  1. Roda de Capoeira – Combinação de luta, dança, música e tradição afro-brasileira.
  2. Frevo – Arte do carnaval pernambucano que mistura música, dança e acrobacias.
  3. Samba de Roda – Manifestação cultural afro-brasileira do Recôncavo Baiano.
  4. Círio de Nazaré – Tradicional procissão religiosa em Belém do Pará.
  5. Ofício das Paneleiras de Goiabeiras – Técnica artesanal de produção de panelas de barro no Espírito Santo.
  6. Arte Kusiwa – Pintura corporal e arte gráfica Wajãpi.

Outros bens culturais reconhecidos pelo Iphan:

  1. Marabaixo – Tradição cultural amapaense com danças e músicas típicas.
  2. Literatura de Cordel – Gênero literário popular nordestino, geralmente em versos.
  3. Bumba Meu Boi – Festa folclórica celebrada em diversas regiões do Brasil.
  4. Festa do Divino Espírito Santo – Celebração religiosa e cultural em diferentes estados.
  5. Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro – Práticas indígenas na Amazônia.
  6. Toadas e Cantos dos Pescadores do Maranhão – Expressões culturais marítimas.
  7. Cajuína – Tradição piauiense relacionada à produção artesanal dessa bebida.

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