Até o fim deste ano, o crédito para o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) em Pernambuco vai ultrapassar a marca de R$ 6 bilhões. A projeção do superintendente regional de habitação da Caixa Econômica Federal, Marcelo Maia, é de que o valor seja superior entre 10% e 20% do que foi alcançado em 2023, cimentando o bom momento vivido pela construção civil do estado. Até agosto, R$ 4,41 bilhões já foram liberados pela CEF para 18 mil unidades habitacionais contratadas, com uso de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Os números foram apresentados por Marcelo Maia na reunião do Comitê de Habitação Popular (CHP) da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), realizada nesta terça-feira (10). O evento serviu para o anúncio de uma transição na Caixa, que responde por 70% de todo o crédito imobiliário do estado.
Maia apresentou o superintendente executivo de habitação da CEF, João Vitor, que assumirá o contato com quem atua neste mercado. “São números expressivos que alcançamos nesta até agosto. O programa Minha Casa, Minha Vida apresenta em Pernambuco um crescimento acima da média nacional”, destacou. A Região Metropolitana do Recife concentra o maior volume de recursos, mas Caruaru, Petrolina e Tamandaré também tem unidades habitacionais em construção.
Os empresários do setor estão interessados em participar deste segmento, que foi impulsionado em 2024 com o programa Morar Bem, do governo estadual, que libera cartas de crédito para as faixas 1 e 2 do MCMV em Pernambuco. Por meio da modalidade Entrada Garantida, são assegurados R$ 20 mil em subsídios para que famílias com renda de até dois salários mínimos possam dar entrada no financiamento de imóveis de até R$ 190 mil.
Crédito e financiamento
Segundo o balanço apresentado pela Caixa aos associados da Ademi-PE, os valores executados até agosto somam R$ 4,41 bilhões, sendo R$ 2,87 bilhões via FGTS e R$ 1,51 bilhão do SBPE. Em valores, o Recife é o município com maior volume de financiamentos (R$ 1,1 bilhão), seguido por Paulista (R$ 0,5 bilhão), Jaboatão dos Guararapes (R$ 0,5 bilhão) e Caruaru (R$ 0,4 bilhão).
Considerando apenas os recursos do FGTS, imóveis novos são maioria (87,8%), assim como compradores pessoas físicas (76,6%). Paulista lidera, com R$ 0,42 bilhão executado, à frente de Jaboatão dos Guararapes (R$ 0,42 bilhão), Caruaru (R$ 0,36 bilhão) e Recife (R$ 0,35 bilhão).
Levando em conta apenas os recursos do SBPE, o município de Tamandaré, no litoral sul do estado, aparece como o terceiro com maior valor executado (R$ 0,10 bilhão), atrás de Recife (R$ 0,76 bilhão) e Petrolina (R$ 0,14 bilhão).
Em quantidade de unidades habitacionais contratadas com recursos do SBPE, a capital pernambucana é a primeira, com 2,6 mil UHs, mas seguida de perto por Paulista, com 2,4 mil UHs. Completam a lista Caruaru (1,9 mil UHs) e Jaboatão dos Guararapes (1,5 mil UHs). O total geral é de 3.457 em todo o estado.
Já com uso do FGTS, dos 14 mil imóveis financiados até agosto, Paulista possui 2,1 mil. Caruaru (1,7 mil), Jaboatão dos Guararapes (1,3 mil) e Recife (1,2 mil) estão atrás do município da Região Metropolitana.
“É sempre boa essa aproximação, entender os números, quais são as tendências, os principais desafios e também poder contribuir com a agenda do principal banco de habitação popular do país”, destacou o presidente da Ademi-PE, Rafael Simões. Segundo ele, um exemplo de como o mercado está aquecido neste segmento é o fato de o valor já liberado até agosto representar 45% a mais do que estava disponível no mesmo período do ano passado.
Além do balanço apresentado pela Caixa, a reunião do Comitê de Habitação Popular (CHP) também abordou questões como a fiscalização de obras, medições de terrenos e um melhor incremento dos imóveis performados, aqueles residenciais e/ou comerciais que estão locados e constituem fonte de renda para investidores.
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