Holiday vai a leilão na próxima quarta, por R$ 34,9 milhões

O dinheiro arrecadado com o leião será utilizado para o pagamento das indenizações dos proprietáros dos 476 apartamentos do Holiday
O edifício Holiday foi se deteriorando ao longo dos anos, até ser desocupado em 2019 Foto: Divulgação

Um dos primeiros prédios construídos em Boa Viagem, em 1957, o Edifício Holiday vai a leilão judicial na próxima quarta-feira (22), cinco anos após ser desocupado por causa dos riscos estruturais. Localizado em um dos bairros mais privilegiados do Recife, o prédio, com 476 apartamentos, tem lance inicial de R$ 34.924.000,00 e o certame será online.

Interessados em participar do pregão devem se cadastrar na página da empresa Lance Certo Leilões. O valor arrecadado servirá para pagar as indenizações aos proprietários de cada unidade habitacional.

“O leilão será a melhor e mais justa solução para os condôminos que comprovem a propriedade ou posse legítima, como também para os vizinhos e transeuntes, que vêm sofrendo com os problemas que a situação atual ocasiona”, avalia Luciano Rodrigues, nomeado para o leilão pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Em 17 andares, o Holiday conta, além dos seus 476 apartamentos, 17 lojas comerciais e boxes, tudo isso em 15 mil metros quadrados de área construída e aproximadamente cinco mil metros quadrados de área de terreno.

Desocupação

Projetado pelo engenheiro industrial e civil Joaquim de Almeida Marques Rodrigues, o prédio foi inaugurado em 1957. No entanto, após um pedido da Prefeitura do Recife, em março de 2019, o edifício foi desocupado. Estudos que apontavam risco iminente e elevado de incêndio, além de problemas estruturais provocados por obras nos apartamentos sem autorização do poder público,   motivaram a decisão judicial.

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“Diante dessa realidade, a melhor e mais assertiva solução encontrada pela Justiça foi determinar a alienação do imóvel, por meio de leilão, com o intuito de arrecadar fundos para indenizar os proprietários e possuidores devidamente comprovados”, explica Luciano Rodrigues. “O estado de conservação do Holiday é precário e sua recuperação pode não ser viável economicamente. Caberá ao futuro comprador a decisão de demolir ou realizar o retrofit”, completa o leiloeiro.

Os interessados em participar do certame devem se cadastrar no site da Lance Certo Leilões (https://www.lancecertoleiloes.com.br/). Apesar do formato remoto, a dinâmica no dia será bem parecida com a que o público já se acostumou a ver em filmes e séries, com o leiloeiro recebendo os lances e os interessados cobrindo as propostas.

Caso a venda não seja concretizada no dia 22, ocorrerá um outro leilão no dia seguinte (23), no mesmo horário. O valor arrecadado será depositado em uma conta judicial para posterior rateio entre os moradores que comprovarem a propriedade do imóvel.

Leiloeiro

Luciano Rodrigues ficará responsável por conduzir o pregão e também por assegurar que todos os procedimentos vão ser ealizados conforme as diretrizes estabelecidas para o certame. Ele possui 26 anos de experiência na condução de leilões em geral, com destaque para o setor de imóveis.

Sua empresa, a Lance Certo Leilões, atua nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, Sergipe e Bahia, possuindo uma carteira com milhares de clientes em diversos segmentos de mercado.

História do Holiday

Considerado um ícone da arquitetura moderna, pelo seu desenho curvo, o edifício Holiday foi erguido entre dois dos endereços cobiçadosdo bairro de Boa Viagem, a Avenida Conselheiro Aguiar e a Rua dos Navegantes. Construído na década de 1950, o prédio foi erguido quando ainda não havia edifícios pomposos no bairro, já que sua inaguração ocorreu em 1957.

Com o tempo, no entanto, foi perdendo relevância para outras construções mais modernas e iniciou um processo de decadência. Os anos e a falta de conservação foram cruéis com o edifício, que trocou o glamour do lançamentos pelas páginas policiais pelos crimes ocorridos no local. Com o tempo, passou de uma referência da expansão imobiliária do bairro para se transformar numa espécie de favela vertical.

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