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Dólar dispara a R$ 5,91 em meio ao acirramento da guerra comercial global

A situação agravou-se ainda mais nesta segunda-feira quando Trump, através de sua rede social Truth Social, ameaçou elevar as tarifas para a China em 50%
Da Redação ME
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As empresas que importam os seus insumos vão ter aumento de custos com a alta do dólar. Foto: Marcello Casal JR/Agência Brasil

A moeda norte-americana encerrou o pregão desta segunda-feira (7) com forte valorização de 1,30%, cotada a R$ 5,9106, em seu maior patamar desde fevereiro de 2025. Este avanço é reflexo direto da crescente tensão nos mercados globais após a entrada em vigor do “tarifaço” imposto pelo presidente Donald Trump e as subsequentes retaliações internacionais, especialmente da China, elevando significativamente os riscos de uma recessão mundial.

O nervosismo nos mercados intensificou-se após a implementação das novas tarifas americanas no último sábado (5), que impuseram uma sobretaxa de 10% sobre todas as importações de parceiros comerciais dos EUA. Especificamente para a China, Trump havia anunciado uma tarifa elevada de 34%, a qual foi imediatamente respondida por Pequim com retaliação no mesmo patamar.

A situação agravou-se ainda mais nesta segunda-feira quando Trump, através de sua rede social Truth Social, ameaçou elevar as tarifas para a China em 50% acima dos 34% já anunciados caso Pequim não retire sua retaliação. Esta nova medida entraria em vigor já nesta quarta-feira (9) se a China não revisasse sua política econômica para produtos americanos.

O governo chinês, por sua vez, não demonstrou sinais de recuo. Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, acusou os Estados Unidos de “unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica”, informando que o país prepara “esforços extraordinários” para compensar os efeitos das tarifas americanas[1].

Retaliações globais e ampliação do conflito

A guerra comercial não se limita apenas ao eixo EUA-China. De acordo com a Casa Branca, mais de 50 países já solicitaram negociações sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos. A União Europeia também anunciou medidas retaliatórias, sinalizando que o conflito pode se expandir para uma escala verdadeiramente global[5].

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Esta escalada nas tensões comerciais tem gerado forte volatilidade nos mercados financeiros mundiais. As principais bolsas asiáticas fecharam em forte queda, enquanto as europeias sofreram perdas significativas nesta segunda-feira, primeiro dia útil após a entrada em vigor das tarifas de Trump.

Impactos nos mercados financeiros globais

O estresse nos mercados financeiros é palpável, com investidores vendendo freneticamente ativos de risco, como ações negociadas em bolsa, temendo as consequências da guerra comercial global. Os índices futuros das bolsas americanas também registraram grandes baixas, sinalizando um dia de intenso nervosismo em Wall Street.

No mercado cambial, o dólar fortaleceu-se globalmente, não apenas frente ao real. O índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, avançou 0,45%, atingindo 103.470 pontos por volta das 17h (horário de Brasília).

Durante o pregão desta segunda-feira no Brasil, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,93 na máxima do dia, confirmando a tendência de valorização da moeda americana frente a divisas de países emergentes. Este é o maior valor de fechamento desde 28 de fevereiro deste ano, quando a cotação atingiu R$ 5,916[3].

Movimentos recentes do dólar no Brasil

É importante contextualizar que esta alta desta segunda-feira (1,30%) soma-se à forte elevação registrada na última sexta-feira (4), quando o dólar à vista fechou com avanço de 3,72%, aos R$ 5,8382 – a maior elevação percentual em um único dia desde novembro de 2022. Considerando apenas o acumulado das duas últimas sessões, a moeda norte-americana avançou aproximadamente 28 centavos de real, evidenciando o forte estresse do mercado local.

O Banco Central brasileiro realizou nesta sessão um leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar o vencimento de 2 de maio de 2025, numa tentativa de proporcionar maior liquidez ao mercado.

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