
Uma alternativa à polarização que toma conta da política brasileira há mais de 10 anos. É com um discurso conciliador, de gestão moderna, de resultados, que o governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD). pretende conquistar os brasileiros, caso seja escolhido pelo partido para disputar a Presidência da República. O discurso está na ponta da língua e foi apresentado durante almoço promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco (Lide-PE), nesta quarta-feira (26), no Recife.
Durante o evento, ele apresentou resultados de sua gestão, mas não conseguiu escapar das perguntas sobre o seu papel nas eleições presidenciais de 2026.
“Veja, eu acho que um político não tem de incomodar a sociedade. Não pode incomodar a dona Maria, que acorda às 5 horas da manhã, que pega o transporte, vai trabalhar para ganhar R$ 1.800. Não pode incomodar o empresário que gera emprego, tributação, que se mata para fazer o seu negócio rodar e aí tem que ficar vendo desaforo de político brigando na televisão, brincando com os outros”, destacou Ratinho Jr., que se apresenta como integrante de uma nova geração de políticos, com fogo na gestão.
Para demonstrar o seu estilo pacificador, o governador também destacou que seu estado já enfrentou períodos de forte polarização política, o que impactou negativamente a economia local.
“Eu acho que a população me paga para trabalhar e não para brigar. E eu falo isso porque o meu estado por muito tempo foi um ambiente muito ruim politicamente. Nós tivemos no passado governador que expulsava empresas do estado. Nós perdemos a Sadia, R$ 2 bilhões de investimento para Santa Catarina. Nós perdemos a BMW, porque não atenderam a presidente da BMW. Então, essa lição me obrigou, até pelo meu perfil, eu acho que faço parte de uma geração, uma nova geração da política do Brasil. Eu tenho a obrigação de poder apresentar uma nova visão política, a criar um ambiente de paz”, colocou o governador.
Ao comentar sobre a possibilidade de se candidatar à Presidência, Ratinho Jr. afirmou que essa decisão cabe ao seu partido, o PSD. Ele destacou que representar o Brasil seria um “grande sonho” para qualquer pessoa que está na vida pública, mas que esse debate deve ocorrer internamente. “Eu represento uma nova safra da política do Brasil, então temos a obrigação de colaborar com um novo pensamento, uma nova maneira de se ver a gestão pública”, afirmou.
O governador também abordou a relação do PSD com o governo federal. Segundo ele, embora tivesse defendido a independência do partido, respeitou a decisão da bancada de integrar a base governista para facilitar o acesso a recursos. Ratinho Jr. destacou, no entanto, a importância de manter um relacionamento republicano com o governo, independente de alinhamentos políticos.

Ratinho apresenta resultados da gestão no Paraná
Durante sua apresentação, Ratinho Jr. compartilhou dados sobre os principais resultados de sua administração no Paraná. O governador ressaltou o crescimento econômico impulsionado pela transformação do setor agropecuário em agroindústria e o aumento das exportações de produtos com maior valor agregado. O Produto Interno Bruto (PIB) do estado saltou de R$ 420 bilhões, em 2019, para uma projeção de R$ 800 bilhões em 2027.
Na área de infraestrutura, o Porto de Paranaguá passou por modernizações para ampliar sua capacidade em 25%, enquanto rodovias foram concedidas à iniciativa privada com investimentos previstos de R$ 60 bilhões. O estado também alcançou um superávit primário de R$ 3,2 bilhões em 2023 e conquistou, pela primeira vez desde 1994, o grau de investimento Capag A, garantindo acesso a créditos sem necessidade de garantias.
Ratinho Jr. destacou ainda avanços na educação, com a expansão de escolas em tempo integral e a criação do programa Dual, que integra ensino técnico e regular. Na segurança pública, disse, a redução dos índices de criminalidade atingiu os menores níveis em 17 anos.
Por fim, o governador reafirmou seu compromisso com uma gestão técnica e pragmática, afirmando que prefere debater metodologias de sucesso ao invés de se prender a discussões ideológicas. “A questão ideológica é importante, mas não coloca comida na mesa da dona Maria”, finalizou.
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