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Com 40% das empresas, Caruaru lidera economia criativa no Agreste de PE

Setor cresceu 34% em 2024 no Agreste; projetos locais ajudam a alavancar a visibilidade dos empreendedores criativos e impulsionam o turismo regional
A Casa Papapiri é um espaço colaborativo que abriga 40 empreendedores, fomentando a economia criativa em Caruaru.
A Casa Papapiri é um espaço colaborativo que abriga 40 empreendedores, fomentando a economia criativa em Caruaru. / Foto: Divulgação

Caruaru, município reconhecido por sua arte e representatividade cultural, abarca 40% das empresas atuantes no segmento de economia criativa do Agreste Central e Setentrional, de acordo com levantamento do Sebrae/PE realizado no fim de 2024. A informação, obtida a partir de dados compilados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, Receita Federal e Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), destaca a cidade como o maior polo do setor na região.

O analista do Sebrae-PE, Laudemiro Júnior, afirma que, entre as diversas áreas que a economia criativa abrange, as que têm mais representatividade na região estão associadas ao artesanato e à gastronomia, trabalhadas principalmente em produção associada ao turismo. Além disso, Caruaru também se destaca com iniciativas voltadas para o design de moda, moda autoral, produção de acessórios e artes plásticas.

Nesse aspecto, o Sebrae tem investido na criação de rotas turísticas que conectam o clima ameno de Caruaru ao seu rico patrimônio cultural e artesanal. Para isso, a entidade tem trabalhado na capacitação de guias turísticos, no apoio à promoção de destinos e na estruturação de eventos que valorizem a produção local.

A meta para 2025 é intensificar essas ações, estabelecendo um roteiro integrado nos bairros da cidade, além de dar continuidade ao programa Mãos do Agreste, voltado para o fortalecimento do artesanato local. “Como parte destas iniciativas, o Sebrae está elaborando um projeto para desenvolver novos roteiros turísticos que aproveitem o potencial de cada localidade”, comenta o analista da entidade.

Laudemiro diz ainda que a instituição também apoia a economia criativa local, proporcionando acesso dos empreendedores a feiras e exposições, como a Fenearte, a profissionalização e o fortalecimento do associativismo, atuando em parceria com as entidades de classe.

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Iniciativas da gestão municipal

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Tecnologia e Economia Criativa de Caruaru, em parceria com outras secretarias, promove periodicamente o Profissionaliza+, cursos de qualificação que abrangem a economia criativa, impulsionando talentos e competências essenciais para o desenvolvimento local.

“Através do programa Personaliza+, promovemos várias ações para fomentar e estimular a formação de novos profissionais para o mercado de trabalho. Na economia criativa, temos o viés da gastronomia, do artesanato e da tecnologia, com a implementação do ‘Centro Vivo’, que reúne ações voltadas para o centro da cidade”, celebra o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Tecnologia e Economia Criativa, Jaime Anselmo.

O responsável pela pasta também destaca que a prefeitura do município tem investido de espaços para integrar ainda mais o potencial turístico local, especialmente do Alto do Moura, reconhecido como um dos mais importantes centros de artes figurativas das Américas, a prefeitura tem investido na requalificação do espaço.

“Essas melhorias incluem ações de acessibilidade, facilitando o acesso aos diversos ateliês da região, promovendo o turismo cultural e a valorização dos artesãos locais”, comenta.

Espaços colaborativos e parcerias locais

A Casa Papapiri, localizada no bairro Maurício de Nassau, é um exemplo do movimento colaborativo que tem fortalecido a economia criativa em Caruaru. Criada pela arquiteta Morgana Monteiro Santos, a loja atua como um espaço colaborativo, oferecendo aos empreendedores locais a oportunidade de expor seus produtos.

Morgana conta que a concepção da Casa Papapiri surgiu a partir da sua trajetória profissional. Com mais de 25 anos de experiência na área, a arquiteta sempre se encantou com o barro, cimento e concreto. “Esse olhar, aliado ao fato de morar em uma cidade como Caruaru, onde o artesanato está tão presente no nosso cotidiano, despertou ainda mais minha paixão por esse universo. Para mim, passear pela feira de artesanato sempre foi uma experiência tão divertida quanto um parque de diversões”, relembra saudosa.

A fundadora comenta que, ao observar algumas iniciativas em outros lugares, percebeu a necessidade de criar um local que pudesse reunir e valorizar a arte e o artesanato local de forma integrada. Foi assim que a ideia de criar a Casa Papapiri tomou forma. “A ideia é mostrar ao público, especialmente aos caruaruenses, o potencial da nossa produção local”, afirma. Atualmente, o local acolhe cerca de 40 empreendedores e a cada mês realiza uma feira de artesanato para promover as marcas parceiras e aumentar a visibilidade da arte local.

Com muito talento para transformas o couro em diversos itens de moda autoral, a artesã Adriana Marinho, fundadora da Vixi, Q Lindo, enxerga na arte uma oportunidade de expressar a cultura local e valorizar o trabalho manual: “Minha cabeça não para, nem as mãos e o meu trabalho amplia o meu campo de imaginação”, afirma ela, que é uma das expositoras da Casa Papapiri.

“Foi ótimo para expandir minha visibilidade e também para ampliar meu leque de trabalho. A participação do artesão em uma loja colaborativa é muito válida. Não se trata apenas de expor os produtos, mas de uma troca significativa”, explica a artista, que desde os oito anos aprendeu a arte de confeccionar sandálias, bolsas, necessaries e carteiras.

“É maravilhoso trabalhar com economia criativa e é algo que acho necessário, pois a gente tem muita coisa boa por aqui para ser divulgada. A minha ideia de abrir a loja foi justamente essa: ter um espaço onde pudesse mostrar para todo mundo, principalmente aos caruaruenses, que temos muita coisa boa, muita coisa de valor”, diz a criadora do espaço.

Economia criativa como um setor estratégico no Agreste

De acordo com dados do Sebrae-PE, do total de 6 mil empresas na região do Agreste Central e Setentrional, a economia criativa já representa cerca de 13%, o que indica a crescente importância deste setor para a economia local.

Além disso, o segmento teve o crescimento de 34% em 2024 se comparado ao ano anterior, de acordo com Laudemiro. “Esse número reflete o potencial que a economia criativa tem para gerar empregos e alavancar a economia da cidade”, comenta o analista da instituição.

Caruaru abriu 200 novas empresas voltadas para a economia criativa no último ano, segundo levantamento de Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Tecnologia e Economia Criativa.

“Esse resultado é fruto de um trabalho estratégico, que busca fomentar o empreendedorismo. Estamos confiantes de que 2025 será um ano ainda mais promissor para Caruaru e sua população”, comemora o secretário da pasta.

Armazém da criatividade como suporte a economia criativa em Caruaru

Com foco em empreendedorismo, inovação aberta e equidade de gênero, o Armazém da Criatividade oferece uma ampla gama de programas para capacitar os empreendedores da cidade, permitindo o uso de sua infraestrutura laboratorial. / (Foto: Divulgação)
Com foco em empreendedorismo, inovação aberta e equidade de gênero, o Armazém da Criatividade oferece uma ampla gama de programas para capacitar os empreendedores de Caruaru. / (Foto: Divulgação)

O Armazém da Criatividade, hub de inovação gerido pelo Porto Digital localizado em Caruaru, em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo de Pernambuco, atua há oito anos no município e continua a impactar positivamente o ecossistema empreendedor local.

Com foco em empreendedorismo, inovação aberta e equidade de gênero, a instituição oferece uma ampla gama de programas para capacitar os empreendedores da cidade, permitindo o uso de sua infraestrutura.

Além disso, o local também abriga as comunidades Rede AC e Somos Minas, que juntas somam mais de 400 pessoas e contribuem para o fortalecimento do ecossistema de inovação no Agreste pernambucano.

A partir do primeiro trimestre de 2025, o Armazém da Criatividade deve ganhar uma nova sede no município. O novo local, localizado no Espaço Cultural Tancredo Neves, será um marco para a região, trazendo infraestrutura de ponta e oportunidades de qualificação nas áreas de tecnologia da informação e economia criativa, consolidando Caruru como um centro de inovação e empreendedorismo criativo.

Leia mais: Economia criativa vai gerar mais 1 milhão de empregos até 2030

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