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Plataforma internacional vai acelerar 3 grandes projetos de H2V do NE

Os projetos de H2V incorporados pelo Acelerador de Transição Industrial (ITA) incluem a produção de metanol verde em Pernambuco, hidrogênio e amônia verdes no Ceará, e amônia verde para exportação no Piauí
Fortescue H2V hidrogênio verde Ceará Pecém ZPE
A mineradora australiana Fortescue está desenvolvendo uma planta de H2V no Porto do PecémFoto: Complexo de Pecém/Divulgação

Três grandes iniciativas de hidrogênio verde (H2V) no Nordeste foram selecionadas para receber suporte financeiro e divulgação pelo Acelerador de Transição Industrial (ITA). A plataforma, financiada pelo governo dos Emirados Árabes Unidos e pela Bloomberg Philanthropies, com apoio das Nações Unidas, foi lançada após a COP28 para fomentar a descarbonização industrial global. Os projetos incluem a produção de metanol verde em Pernambuco, hidrogênio e amônia verdes no Ceará, e amônia verde para exportação no Piauí.

Agora, a European Energy (PE), o Green Energy Park (PI) e a Fortescue (CE) juntam-se à Atlas Agro, empresa de fertilizantes, como iniciativas brasileiras no ITA. Esses empreendimentos somam investimentos previstos de US$ 9,5 bilhões e possuem potencial para evitar 5,4 milhões de toneladas de CO₂ por ano, número comparável às emissões totais de uma cidade industrial como Campina Grande (PB).

“Essas instalações emblemáticas representam o tipo de investimento que precisamos ver multiplicado para atingir nossas metas climáticas coletivas”, afirmou Faustine Delasalle, diretora executiva do ITA. Segundo ela, os empreendimentos são uma oportunidade econômica para consolidar o Brasil no mercado verde global.

A Atlas Agro, que está desenvolvendo uma planta industrial para produzir fertilizantes nitrogenados de baixo carbono a partir de hidrogênio verde, em Minas Gerais, foi a primeira iniciativa de H2V do país incorporada pelo ITA. O anúncio aconteceu em outubro.

A integração dos projetos nordestinos reflete o compromisso do Brasil com a agenda verde, prevista no Plano de Transformação Ecológica e no programa Nova Indústria Brasil, que busca movimentar até US$ 60 bilhões em indústrias sustentáveis.

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Com potencial para atrair investimentos internacionais e fomentar a sustentabilidade, os projetos selecionados integram um esforço conjunto para desenvolver tecnologias de baixo carbono e impulsionar o mercado de hidrogênio renovável no Brasil.

Esses projetos integram a plataforma iH2 Brasil, que selecionou iniciativas alinhadas à descentralização energética e à produção sustentável. No Nordeste, a abundância de recursos renováveis, como energia solar e eólica, é uma vantagem competitiva. Neste ano, estados como Rio Grande do Norte e Bahia lideraram a geração eólica e solar, com médias de 2.959 MW e 2.477 MW, respectivamente​.

Produtos derivados do H2V

A produção de hidrogênio verde permite a obtenção de vários produtos, como amônia verde, utilizada na fabricação de fertilizantes, e metanol verde, empregado como combustível limpo ou insumo químico. Esses derivados são essenciais para a transição energética, substituindo fontes fósseis em setores como transporte marítimo, aviação, e indústrias petroquímicas.

Produzido a partir de fontes renováveis, o H2V pode ser transformado em produtos como amônia, aço de baixo carbono e combustíveis sustentáveis, desempenhando um papel central na descarbonização de indústrias intensivas em emissões.

O Hidrogênio Verde pode ser transformado em produtos como:

  • Matéria-prima para indústrias: como a petroquímica e a siderúrgica
  • Amônia Verde: usada na fabricação de fertilizantes
  • Aço Verde: produzido com menor impacto ambiental
  • Combustíveis sustentáveis: para aviação e transporte pesado

European Energy (Pernambuco)

O projeto da dinamarquesa European Energy, localizado no Complexo Industrial e Portuário de Suape, será a primeira fábrica em grande escala do Brasil a produzir metanol sintético (e-metanol). A matéria-prima inclui dióxido de carbono biogênico, proveniente da cana-de-açúcar, e hidrogênio verde. O investimento previsto é de US$ 344 milhões, e o projeto pode estabelecer uma parceria estratégica com a Petrobras para integrar o mercado de combustíveis renováveis.

Green Energy Park (Piauí)

O Green Energy Park, situado no Piauí, receberá investimentos de US$ 4,5 bilhões e terá capacidade de exportação superior a 2 milhões de toneladas de amônia verde por ano. A União Europeia (UE) é uma das apoiadoras da iniciativa, que busca estabelecer a ilha de Krk, na Croácia, como um hub de distribuição de amônia verde para o mercado europeu.

Fortescue (Ceará)

No Ceará, a mineradora australiana Fortescue está desenvolvendo uma planta de hidrogênio verde no Porto do Pecém. Com um investimento estimado em US$ 4 bilhões, a planta terá capacidade anual de produção de 168 mil toneladas de hidrogênio verde, equivalentes a quase 1 milhão de toneladas de amônia verde. A iniciativa destaca o estado como um centro estratégico para o mercado global de H2V, apoiado pela infraestrutura portuária do Pecém.

Leia mais: Do hospital, Lula sanciona lei que cria mercado regulado de carbono no Brasil

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