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Cajucultura ganha nova plataforma de dados com foco no Nordeste

A nova ferramenta da Embrapa traz suporte digital para a cajucultura na região, oferecendo acesso a dados sobre manejo e produtividade
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No Hub Caju, a cajucultura é apresentada por meio de microtextos, vídeos, áudios, aplicativos, publicações, infográficos, cursos e outros materiais informativos que podem ser facilmente compartilhados. Foto: Embrapa/Divulgação

Quinto maior produtor mundial, com aproximadamente 139 mil toneladas anuais, o Brasil vai ganhar uma plataforma digital voltada ao fortalecimento da cajucultura. O Hub Caju, uma ferramenta virtual que oferece informações qualificadas sobre todas as etapas dessa atividade produtiva importante no Nordeste, será lançado na quarta-feira (30) no Caju Conecta, um seminário técnico que reunirá em Mossoró (RN), representantes dos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Pernambuco, Paraíba e Bahia.

A nova ferramenta é um dos espaços da plataforma Ater+ Digital, que concentra conteúdos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre cadeias produtivas alimentares e temas transversais, para apoiar os serviços de assistência técnica e extensão rural. Com linguagem simples, os conteúdos foram elaborados a partir de conhecimentos gerados pela pesquisa e abordam recomendações de tecnologias e orientações técnicas para uma produção com qualidade. 

O Hub Caju está estruturado em menus que representam todo o sistema de produção, incluindo plantio, manejo, colheita e pós-colheita e processamento. É possível obter informações desde a escolha da área e dos clones de cajueiro-anão adequados para o plantio, até o processamento do pedúnculo e da castanha, bem como os produtos derivados do caju. A cajucultura é apresentada por meio de microtextos, vídeos, áudios, aplicativos, publicações, infográficos, cursos e outros materiais informativos que podem ser facilmente compartilhados. 

A coordenadora do Hub Caju, pesquisadora Ana Cristina de Carvalho, da Embrapa Agroindústria Tropical, explica que a plataforma Ater+ Digital, que congrega  o Hub Caju e outros Hubs Tecnológicos, foi criada como resposta à fragilidade de acesso à assistência técnica no Brasil. “Segundo dados do IBGE, somente 18% dos agricultores familiares brasileiros têm acesso à assistência técnica e extensão rural”, lembra. Segundo ela, a iniciativa busca superar o desafio de aumentar a cobertura desse tipo de serviço, bem como facilitar a interação entre instituições de pesquisa e Ater com técnicos e produtores rurais. 

A chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria Tropical, Aline Teixeira, acredita que o Hub Caju representa uma poderosa ferramenta para democratizar o acesso ao pacote de tecnologias desenvolvido pela Embrapa para a cajucultura. As soluções, conforme a gestora, abarcam toda a cadeia produtiva, desde o campo até o aproveitamento dos coprodutos, passando pela industrialização, em uma lógica de biorrefinaria, que busca o aproveitamento integral do caju e a sustentabilidade da produção. “A possibilidade de o produtor ter acesso, no seu smartphone, a todo esse conhecimento qualificado é um passo importante no sentido de impulsionar o desenvolvimento do setor”, diz. 

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Aline Teixeira lembra que o Hub Caju tem o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce). “Consideramos importante a parceria com a Ematerce no sentido de aproximar técnicos, produtores e concretizar o objetivo da ferramenta”, diz. Segundo ela, esforços estão em andamento para ampliar a rede de colaboradores qualificados e, dessa forma, enriquecer o conteúdo e multiplicar o público de usuários da ferramenta. 

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Introduzido para substituir variedades antigas, o cajueiro-anão vem se tornando uma alternativa para aumentar a produtividade da cajucultura. Foto: Embrapa/Divulgação

Cajucultura no Nordeste

Mais de 90% da produção nacional de caju concentra-se nos estados nordestinos do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, onde o cultivo tem grande relevância econômica e cultural. No Ceará, por exemplo, a produtividade média do cajueiro-anão, introduzido para substituir variedades antigas e menos produtivas, é de aproximadamente 528 quilos de castanha por hectare, superando a produtividade do cajueiro comum, que gira em torno de 222 kg por hectare​.

Em 2023, o setor experimentou uma leve recuperação devido ao aumento no uso de variedades anãs e de novas tecnologias de cultivo, como irrigação e tratos culturais. Contudo, a produtividade ainda é um desafio, visto que a produção média nacional, principalmente nas áreas de cajueiro comum, fica em torno de 327 kg por hectare, inferior ao potencial da cultura.

Segundo a Embrapa, a plataforma deverá ajudar os agricultores a acessarem informações essenciais para aumentar a produtividade e diversificar o uso do caju, que vai além da castanha e inclui o pedúnculo, usado para sucos e outros derivados. Além disso, o mercado global valoriza o caju brasileiro pela qualidade da castanha e pelos potenciais benefícios à saúde, devido ao alto teor de vitamina C e antioxidantes.

*Com informações da Embrapa

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