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Leilão de imóveis: mercado cresce 228% nos últimos dois anos no Brasil

Com valor de arremate, em média, 50% inferior ao valor de mercado, leilão de imóveis tem se tornado meio popular para aquisição da primeira casa própria
Assíria Florêncio
Assíria Florêncio
assiria.florencio@movimentoeconomico.com.br
leilão de imóveis caixa santander
Qualquer pessoa física ou empresa pode participar de um leilão de imóveis, mas é importante estar atento ao edital. Foto: Pixabay

Seja para morar ou para investir, arrematar uma casa via leilão de imóveis tem se tornado uma possibilidade cada vez mais atrativa e menos complicada. Nos últimos doze meses, as buscas no Google Brasil por leilão de imóveis cresceram mais de 3.000%. É um aumento que não se restringe apenas à demanda. 

Um levantamento feito pela Smart Leilões mostra que a quantidade de imóveis, somente da Caixa Econômica Federal, ofertados em leilões cresceu 228% em dois anos. Enquanto em maio de 2022 a quantidade de imóveis ofertados em leilões organizados pela Caixa era de aproximadamente 7,7 mil, em maio deste ano o número saltou para 25,5 mil unidades.

A expansão significativa do mercado de leilão de imóveis no Brasil se dá por conta da diferença do investimento feito entre adquirir uma casa ou apartamento pelas vias mais tradicionais e por leilão. Essas propriedades podem ser arrematadas, em média, num valor 50% abaixo do praticado no mercado, além de serem passíveis de financiamento a longo prazo e outras obtenções de descontos.

Quem pode participar de leilão de imóveis? 

No Brasil, há basicamente dois perfis que adquirem imóvel via leilão: quem compra para morar e quem compra para ampliar seus ativos e investimentos. A diferença entre eles é que enquanto o primeiro grupo participa do leilão para comprar o seu primeiro imóvel, ou até mesmo casa de praia ou de campo, por um preço abaixo do mercado, quem compra para investir ou revende ou aluga o imóvel. 

Cada leilão de imóveis é orientado por um edital específico. O documento contém informações como as regras de participação do evento (idade mínima, documentos necessários, condições do imóvel), motivo e forma de pagamento. Para o leiloeiro Diogo Martins, conhecer bem o escrito evita frustrações e mal-entendidos.

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“Não ler o edital é o principal erro que as pessoas cometem ao participar de leilões”, avalia Martins. O profissional explica que um bom arremate não se limita apenas ao preço, mas a fatores como a análise do mercado imobiliário da região, além da possibilidade de investimento e as despesas que o novo dono terá.

“Qualquer pessoa física ou empresa pode participar do leilão. Basta fazer o cadastro no site e enviar os documentos exigidos no edital”, explica Filipe Andrade Lima, tabelião titular do Cartório Andrade Lima – 1º Ofício de Notas do Recife. 

“Dependendo do caso, depois do leilão, a arrematação já pode ser registrada em cartório, ou então se faz a escritura de compra e venda normal, em favor do arrematante”, orientou o tabelião.”

Tipos de leilão 

Existem dois tipos principais de leilões de imóveis: os judiciais e os extrajudiciais. Cada um possui características distintas que atraem diferentes perfis de compradores.

Os leilões judiciais são conhecidos pela segurança e economia. Organizados por leiloeiros credenciados e sob supervisão judicial, eles oferecem imóveis a preços reduzidos. Contudo, a alta burocracia e o tempo para regularização do imóvel, que pode ultrapassar um ano, são desvantagens a considerar.

Por outro lado, os leilões extrajudiciais, realizados por entidades privadas, destacam-se pela agilidade do processo. Após a venda, a documentação para a transferência do imóvel é rapidamente fornecida ao comprador. A posse é imediata se o imóvel estiver desocupado. Caso esteja ocupado, pode ser necessário um processo judicial para desocupação, o que implica custos adicionais e mais burocracia.

Os extrajudiciais também oferecem vantagens como uma ampla oferta de bens e facilidades de pagamento, incluindo financiamento e uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Por outro lado, a sua principal desvantagem é a potencial necessidade de enfrentar ocupantes relutantes e ações judiciais para obter a posse.

Mas, para Diogo, “comprar imóvel ocupado não assusta”. “Nos leilões judiciais, o juiz que determina a venda, entrega a posse dentro do processo de compra do imóvel, através de simples requerimento do comprador. Caso o ocupante crie obstáculos, poderá ser determinada força policial. As posses geralmente são realizadas pelos oficiais”, explica o leiloeiro.

Como encontrar leilões 

Um dos caminhos para descobrir os locais e datas dos próximos leilões é visitar o site da Junta Comercial, localizar os leiloeiros atuantes na área de interesse e acessar seus respectivos sites para encontrar o bem desejado. Caixa e Santander são exemplos de bancos que também realizam leilão.

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