Alagoas é o estado brasileiro com a maior taxa de inadimplência das empresas do país. Dos mais de 190 mil CNPJs registrados no estado, cerca de 85 mil deles estão no vermelho, quantidade que corresponde a 44,5% das empresas de Alagoas. Os dados são do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. O Maranhão é o segundo estado no ranking, com 39,8% de suas companhias inadimplentes.
Os demais estados do Nordeste figuram distribuídos na lista. Pernambuco vem em 11º lugar, com 33,4% das empresas com contas em atraso, seguido imediatamente por Sergipe, em 12º e com 32,8% dos CNPJs negativados. Em 14º, 16º e 19º, aparecem Bahia (30,2%), Rio Grande do Norte (28,6%) e Ceará (26,4%), respectivamente. A Paraíba está na 23ª posição, com 25% de endividados. Já o Piauí é o estado brasileiro com o menor número de CNPJs no vermelho: apenas 23,9% das empresas da localidade estão inadimplentes.
Alta em Alagoas e em todo o país
A alta atinge todos os estados da federação. Em junho, 6,9 milhões de negócios estavam com contas negativadas, representando 31,2% do total de companhias existentes no Brasil. Juntas, elas somavam 50 milhões de dívidas, o que representa um débito de R$ 146,2 bilhões.
A alta na inadimplência das empresas brasileiras atinge o país desde maio deste ano. Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o fenômeno pode ser atribuído à interrupção na queda das taxas de juros, que antes estavam estáveis.
“Isso afeta principalmente as dívidas de longo prazo. Empresas com esse tipo de endividamento enfrentam riscos maiores e o aumento das taxas de juros pode resultar em pagamentos mais altos, complicando a gestão financeira. A incapacidade de refinanciar ou renegociar essas dívidas pode levar à insolvência. Além disso, a valorização do dólar adiciona uma pressão extra, pois os importadores de insumos ou produtos finais são diretamente impactados”, detalha.
Micro e Pequenas Empresas (MPEs) são a maior parte dos inadimplentes. As dívidas acumuladas deste segmento ultrapassaram o valor de R$ 125,7 bilhões, o que representa uma média de sete contas em atraso por companhia.
Setores
A maior parte das dívidas foi contraída por empreendedores do setor de Serviços, com 55,8%, seguido pelo Comércio, com 35,7%. No que diz respeito às dívidas, o setor de Serviços também registrou a maior participação, com 28,6%, enquanto a categoria “Outros”, que inclui Indústrias, Terceiro Setor e Primário, somou 28,4%.
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