Planta resistente e altamente nutritiva, rica em energia, ideal para alimentação de animais como o gado bovino, caprino e ovino. A palma forrageira está sendo distribuída para agricultores familiares de todas as regiões do Rio Grande do Norte.
Ao todo, até a primeira quinzena de junho já foram entregues 382 mil raquetes-sementes de uma variedade tolerante à cochonilha-do-carmim, numa ação que integra o Projeto Palma, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn).
A Emparn realiza pesquisas sobre a cactácea há mais de 20 anos no Rio Grande do Norte com ações voltadas à produção e distribuição de raquetes-semente, desenvolvimento de ações de pesquisa e eventos de transferência de tecnologia.
O projeto que beneficia mais de 300 famílias de pequenos producores rurais potiguares conta com recursos do Governo Federal, por meio do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
A planta possui características que a tornam uma excelente opção para regiões semiáridas e com escassez de água, sendo uma alternativa para a sustentabilidade das atividades agropecuárias locais.
O município de Lagoa de Velhos foi um dos beneficiados com a distribuição de 21 mil raquetes. O local teve uma grande área afetada nos últimos anos com a cochonilha-do-carmim, inseto praga que ataca a planta provocando sua morte.
Pequeno agricultor da cidade de Cruzeta, José Mateus foi um dos contemplados com a doação de palma dos campos de produção da Emparn. Ele participa do projeto Semeando Esperança – desenvolvido em parceria com o Seapac e o Banco do Nordeste -, que promove em comunidades rurais o reúso de águas cinzas (águas impróprias para o consumo humano e seriam descartas) na irrigação das plantações.
“Recebi raquetes de palma e estacas de gliricídea. Com o reúso da água na plantação vou garantir o alimento para o meu rebanho na época da estiagem”, comentou. Água de torneira, de lavar roupa, de cozinhar que eram desperdiçadas, agora com as orientações do projeto do SEAPAC são canalizadas para um plantio.
“Essas plantas doadas pela Emparn estão sendo irrigadas com as águas cinzas e assim vão garantir uma ração a mais para o meu rebanho. Com isso vou conseguir ter uma estabilidade de ração que vai fazer com que o meu rebanho não passe fome durante a seca”, disse José Mateus.
Projeto Palma no RN
“A ação de recomposição requer uma abordagem multidisciplinar, que combina conhecimentos científicos, práticas agrícolas sustentáveis, além do engajamento comunitário adotando regular monitoramento da área do plantio. A Emparn e a Emater estão unidas em prol de mitigar os ataques desta praga a partir do reforço no plantio de raquetes-semente tolerantes à cochonilha-do-carmim”, comentou o pesquisador Embrapa/Emparn, Guilherme Ferreira Costa Lima, que coordena o Projeto Palma no RN.
As ações relacionadas a distribuição de palma forrageira no RN contam com diversas parcerias entre elas a Emater, Sedraf/RN, Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern/Senar), Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários – Seapac, Sebrae/RN, IFRN, Institutos Sertões e Instituto Riachuelo.
“O produtor interessado pode procurar qualquer uma delas e ainda pode solicitar diretamente a Emparn e a SAPE”, comentou o pesquisador Embrapa/Emparn que coordena o projeto, Guilherme Ferreira Costa Lima.
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