O Banco Central está trabalhando em parceria com o Google Pay e e Apple Pay para viabilizar o pagamento do Pix por aproximação. A modalidade seria uma alternativa para que as pessoas usassem o telefone celular em vez do cartão de crédito. Foi o que garantiu o presidente do BC, Roberto Campos Neto, nesta terça-feira (11), ao participar de evento promovido pelo Valor Capital Group.
Outra novidade é a modalidade do Pix Automático, que já tem até data de lançamento: dia 28 de outubro. Será um serviço semelhante ao débito automático para pagamentos diversos. É uma modalidade que vai ser alternativa ao oferecido atualmente pelas empresas bancárias, de cartão de crédito e outras instituições financeiras para quitar automaticamente contas recorrentes, como as de água, luz, telefone e internet, usando o saldo que o cliente tem disponível em sua conta cadastrada.
As novas modalidades foram reveladas no mesmo dia em que o Banco Central confirmou o 9º e o 10º vazamentos de dados pessoais vinculados a chaves Pix desde o início das operações em novembro de 2020. Desta vez, as instituições financeiras envolvidas foram a Iugu Instituição de Pagamento e a Pagcerto Instituição de Pagamento. Segundo o BC, houve “falhas pontuais em sistemas dessas instituições”.
Mas de acordo com a autoridade monetária, não foram expostos dados sensíveis, como senhas, informações de movimentações ou saldos financeiros em contas transacionais, ou quaisquer outras informações sob sigilo bancário.
Recorde de Pix
Na semana passada, o relatório de Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil de 2023, publicado pelo Banco Central, revelou que 108,7 bilhões de transações de pagamento foram realizadas no ano passado. O volume financeiro das transações chegou a R$ 99,7 trilhões, equivalente a 9,1 vezes o PIB (Produto Interno Bruto).
O Brasil possui 754 milhões de chaves de Pix ativas e o volume diário de transações feitas alcançando um novo recorde na última sexta-feira (7). Em 24 horas, foram mais de 206,8 milhões de transações (R$ 90,9 bilhões), superando a marca anterior de 5 de abril, de 201,6 milhões de operações.
Plataforma Drex
Dando continuidade ao desenvolvimento do Drex (Real Digital), o Banco Central aprovou, no dia 22 de maio, a Resolução BCB 382open_in_new. A norma atualiza o regulamento do projeto-piloto da Plataforma Drex.
De acordo com a equipe responsável pelo projeto, as mudanças implementadas possibilitam, entre outras melhorias, a incorporação de novos ativos e serviços à plataforma do Piloto. Negócios baseados em ativos que estejam fora da competência regulatória do Banco Central poderão ser testados em cooperação com seus respectivos reguladores.
A infraestrutura DLT criada para o Piloto Drex se mostrou viável para a realização de transações com os ativos testados até aqui. Fabio Araujo, Consultor do Departamento de Operações Bancárias e de Sistemas de Pagamentos do Banco Central (Deban) e Coordenador da Iniciativa Drex no Banco Central, explicou, no entanto, que, para que se possa avançar no desenvolvimento do projeto, é necessário testar a implementação de smart contracts criados e geridos por terceiros participantes da plataforma.
Smart contracts são programas que rodam de forma segura em redes com Tecnologia de Registro Distribuído (DLT). Eles permitirão, por exemplo, que, em uma transação de compra e venda de imóvel, comprador e vendedor tenham mais segurança quanto às transferências de dinheiro e do bem em questão.
Assim, na segunda fase do Piloto, uma das ações a ser testada pelo ecossistema será a viabilidade de smart contracts serem elaborados pelos participantes do projeto. Na fase anterior, o desenvolvimento de contratos ficou restrito ao Banco Central. Com isso, essa nova etapa de testes permitirá também o amadurecimento da governança da prestação de serviços de terceiros.
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