O CEO Emanuelle Cappellano confirma para 2024 o lançamento do primeiro carro híbrído da Stellantis no Brasil e que o veículo sairá do complexo de Goiana. Mas não antecipa qual será o modelo. Apesar da reserva com que o assunto é tratado pela montadora, há especulações no setor automotivo de que seria um carro da linha Jeep Compass ou Jeep Commander, considerando os testes que já vêm sendo realizados com protótipos a bateria e etanol desses SUVs.
Capellano detalha apenas que a apresentação “será no segundo semestre”. O prazo já tinha sido sinalizado em janeiro. Quanto aos 100% elétricos, ainda não há estimativa de datas para a chegada do primeiro produto às concessionárias.
Os carros híbridos da Stellantis produzidos em Goiana terão a tecnologia Bio-Hybrid, que associa a eletrificação com o motor flex a etanol. É o primeiro passo para carros fabricados pela companhia emitirem menos CO₂ no Brasil.
“Nossas tecnologias de descarbonização privilegiam as características e recursos do Brasil, como o etanol e a energia elétrica limpa”, afirma a companhia.
A plataforma Bio-Hybrid é parte da estratégia global de descarbonização da mobilidade concebida pela Stellantis no plano Dare Forward, que prevê zero emissão de CO₂ nas operações e produtos da empresa até 2038.
Carro híbrido além da Stellantis Goiana
Além da fábrica de Goiana, a Stellantis avançará com a tecnologia de propulsão híbrida, que combina motores térmicos com eletrificação, nos outros dois polos automotivos instalados no Brasil: o de Betim (MG) e o de Porto Real (RJ).
O avanço será simultâneo porque, segundo a empresa, a tecnologia Bio-Hybrid é de aplicação flexível, podendo ser instalada em vários modelos de veículos.
A futura família Bio-Hybrid de produtos híbridos será composta de três tipos de motorização eletrificada: híbrida leve de 12V (Bio-Hybrid), híbrida plena (Bio-Hybrid e-DCT) e híbrida com recarga externa (Bio-Hybrid plug-in).
As plataformas híbridas adotadas pela marca no continente foram desenvolvidas pelo Tech Center Stellantis na América do Sul, em associação com fornecedores, pesquisadores e outros parceiros que constituem o ecossistema de inovação impulsionado pela empresa.
“É uma oportunidade de reindustrialização e de reconfiguração da indústria nacional de autopeças, que é diversificada, complexa e muito importante para a economia brasileira”, destaca a montadora. Para se ter uma ideia do impacto em potencial dessa tecnologia, um veículo necessita, em média, mais de 3 mil componentes diferentes.
O que diz a Stellantis sobre o carro híbrido?
No posicionamento para apresentar as novas plataformas em seu site institucional, a Stellantis diz entender “a propulsão elétrica como a tendência dominante no setor automotivo mundial”.
“No entanto, acreditamos que devido à sua matriz energética, o Brasil tem a oportunidade de fazer uma transição mais planejada e menos onerosa, aproveitando-se da gradual redução dos custos decorrentes da massificação da tecnologia”, afirma o VP de assuntos regulatórios da Stellantis para América do Sul, João Irineu.
“O tempo decorrente dessa estratégia de transição pode ser utilizado no amadurecimento do processo de reindustrialização de segmentos da cadeia produtiva nacional, altamente diversificado [atualmente] na produção dos itens mecânicos demandados pelos veículos térmicos”, acrescenta.
“Combinar o etanol, um forte aliado na redução das emissões de CO₂, com a eletrificação se apresenta como uma alternativa competitiva de transição para uma mobilidade de baixo carbono”, destaca o executivo.
Stellantis não é só carro híbrido
Os carros elétricos da Stellantis também vão utilizar tecnologia própria. A arquitetura é chamada BEV (100% Elétrica). Os modelos dessa plataforma serão totalmente impulsionados por um motor de alta tensão, alimentado por uma bateria recarregável de 400 Volts, por meio de sistema de regeneração ou através de plug-in.
O motor com essa tecnologia oferece torque instantâneo, com acelerações rápidas e responsivas. O sistema possui sonoridade customizável e conta com bom desempenho, de acordo com a montadora, mesmo em baixas velocidades.
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