O programa de investimentos 2025-2030 do grupo no Brasil – e o complexo Stellantis Goiana segue essa estratégia – tem quatro pilares principais: o desenvolvimento da tecnologia própria de eletrificação/hibridização (chamada de Byo-hybrid), 40 novos produtos (entre facelift de modelos e lançamentos), o aprimoramento de powertrains (trens de força) de veículos elétricos/híbridos e a descarbonização de processos fabris.
Esse ciclo de aportes está totalmente alinhado ao cumprimento das metas globais de transição energética definidas pelo grupo no seu plano estratégico Dare Forward 2030. Uma das principais é reduzir as emissões de CO₂ em 50% até 2030 – quando o mix da companhia no Brasil deverá ter, no mínimo, 20% de carros 100% elétricos. Em 2038, a empresa espera atingir a descarbonização total em todo o mundo.
O que vai acontecer na Stellantis Goiana?
No que se refere ao portfólio, parte dos R$ 13 bilhões que serão investidos na Stellantis Goiana terá como objetivo incrementar o mix, com modelos inicialmente focados em hibridização a etanol e, posteriormente, elétricos também serão fabricados na unidade.
Os híbridos, no entanto, são a grande aposta da Stellantis não apenas em Goiana, mas no Brasil. A estratégia da companhia é integrar o negócio à infraestrutura de abastecimento para carros a álcool já existente no Brasil, facilitando – na visão da multinacional – o caminho para a transição da mobilidade.
Essa decisão fica muita clara na meta do grupo de atingir, no país, 80% de produção de híbridos e o restante de elétricos até 2030. Nesse cálculo, a Stellantis considera, claro, os desafios para a disponibilidade de recarga das baterias.
Outro aspecto que preocupa o CEO Global, Carlos Vieira, nessa mudança de paradigma, é o preço final dos veículos totalmente a bateria, em média 30% mais caros que os atuais carros térmicos.
Nesse sentido, a hibridização garantiria um caminho mais viável para a reconfiguração da frota nacional ao unir o útil ao agradável para a Stellantis: o aproveitamento da rede de postos de etanol já existente e a oferta de carros mais acessíveis, permitindo ganhos de escala para a companhia e o barateamento dos novos produtos ao longo dessa curva.
É isso que motiva Tavares a repetir como um mantra que “o etanol é a opção mais econômica e fácil de usar para reduzir o dióxido de carbono no trânsito”.
Outra frase que ele usa com frequência é: “a descarbonização da frota, e consequentemente da economia global, só vai acontecer com ganho de escala e isso não vai ser possível com carros que o consumidor de classe média não possa comprar”, numa referência aos elétricos.
Quais os modelos produzidos atualmente na Stellantis Goiana?
Na planta de Pernambuco, são produzidos modelos das marcas Jeep (Renegade, Compass e Commander), RAM e Fiat Toro.
Stellantis Goiana também vai descarbonizar processos
Além do aumento – e transição tecnológica – do número de modelos produzidos na Stellantis Goiana, os novos investimentos serão voltados também para a descarbonização de todos os processos de produção no parque de Pernambuco, para cumprir as metas globais do grupo. Isso inclui os sistemistas instalados no complexo e também os fornecedores localizados fora do polo.
Outro ponto importante da expansão e descarbonização da Stellantis Goiana é a previsão de um salto na cadeia de suprimentos. De acordo com informações da empresa, estão instalados atualmente, no entorno do polo, 38 fornecedores de componentes. A expectativa é de esse número chegue a 50 no curto prazo.
Cadeia da Stellantis Goiana deve chegar a 100 fornecedores em PE
Para os próximos cinco anos, a meta da Stellantis é bem mais ambiciosa em Goiana. A multinacional espera, com o lançamento de seus carros híbridos e elétricos (equipados com muito mais tecnologia embarcada que os veículos atuais com motores térmicos), atingir a marca de 100 fornecedores operando em Pernambuco.
Essa é a projeção considerando a demanda, na cadeia, necessária para desenvolver e produzir componentes e soluções para os novos modelos.
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