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Manga do Nordeste supera em qualidade e volume a mesma fruta de outros países

Na segunda matéria da série, estados da Bahia e Pernambuco apresentam produtividade acima da média nacional do cultivo de manga
Manga do Nordeste
O Nordeste é o principal responsável pelo Brasil ocupar a sexta posição entre os maiores produtores mundiais de manga / Foto: Embrapa/Divulgação

A região Nordeste lidera o mercado de manga no Brasil não somente pelo volume de produção, como também pela elevada produtividade. Enquanto a média nacional é de 20 toneladas por hectare, a região do Vale do São Francisco, que abrange parte dos estados de Pernambuco e Bahia, apresentam produtividade média superior a 30 toneladas por hectare. Em áreas mais adensadas, a produtividade supera as 50 toneladas por hectare.

No segundo semestre do ano passado, o Brasil apresentou menor produção, o que, combinado com a demanda internacional robusta, acabou elevando os preços para o produtor.

Foi assim que a empresa Agrodan conseguiu um “aumento substancial na receita e no lucro”, de acordo com seu diretor-presidente Paulo Dantas, depois de ter passado por um dos piores anos da história – 2022 –, principalmente em função da guerra na Rússia e Ucrânia. Em 2023, o preço médio de venda e também o lucro anual da empresa cresceram em torno de 40%, mesmo tendo exportado igual volume de mangas em relação ao ano anterior.

A empresa enviou para o exterior 30 mil das 33 mil toneladas de manga que produziu em cerca de 1,3 mil hectares de área plantada. Todas as fazendas são localizadas na bacia do Rio São Francisco, nos municípios de Belém do São Francisco, em Pernambuco, e em Curaçá e Abaré, na Bahia. Embora tenha a intenção de crescer no mercado interno, cerca de 97% da receita da empresa ainda é de exportação.

Segundo dados do Observatório da Manga, a variedade Palmer, mais exportada nos meses de janeiro e fevereiro desse ano, teve preço ao produtor de até R$ 5,50, enquanto em fevereiro de 2023 os preços estavam em aproximadamente R$ 1,90.

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“A torcida é pra que continue assim”, brinca Dantas. Já o pesquisador João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa Semiárido (PE), avalia que, “para o segundo semestre, espera-se um aumento na produção, porém sujeito a condições climáticas que podem afetar tanto o Brasil quanto outros grandes produtores como Peru, Equador, México e Espanha”. Lima considera, no entanto, improvável que se repita o cenário extremamente favorável de 2023.

A manga no Brasil e no mundo

O Brasil ocupa a sexta posição entre os maiores produtores mundiais de manga, atrás apenas da Índia (26 milhões de toneladas), Indonésia (4,1 milhões), China (3,8 milhões), Paquistão (2,8 milhões) e México (2,5 milhões de toneladas).

Apesar de a manga estar presente em todo o país, as regiões mais relevantes para o mercado são o Nordeste e o Sudeste, que concentram 99% da produção nacional. Entre essas, destaca-se especialmente o Nordeste, com 82% da produção.

* Com informações da Embrapa

Leia mais: Manga do Nordeste faz Brasil bater recorde de exportação em 2023

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