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Inteligência artificial na veterinária*

Inteligência artificial já existe há décadas, analisa Fabiano Granville, mas só agora se tornou intuitiva e com fácil acesso ao público, o que vai afetar todos os setores, incluindo a veterinária
Inteligência artificial, destaca Fabiano de Granville, terá forte impacto na veterinária
Inteligência artificial vai exigir capacidade de adaptação dos profissionais de veterinária, destaca Fabiano de Granville/Foto: VetFamily Brasil (Divulgação)

**Por Fabiano de Granville Ponce

Não é de hoje que experimentamos importante aumento das novidades na medicina veterinária e agora nos deparamos com as possibilidade da inteligência artificial. Aliás, isso acontece em qualquer mercado.

Estudiosos descrevem este mundo de ciclos curtos (onde é importante aprender a desaprender para melhor aplicar tais novidades) como mundo VUCA, iniciais em inglês para Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade). Trata-se, portanto, de um contexto que nos obriga a constantes atualizações e rápidas adequações.

Com a pandemia, vimos um rápido aumento e capilaridade das ferramentas digitais em nosso cotidiano. Na área de saúde, destaque para o uso e a qualidade de plataformas de Telemedicina, no Brasil utilizada, sobretudo, na medicina humana.

Inteligência artificial se tornou acessível

Há pouco tempo, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) publicou quando e como o médico-veterinário pode lançar mão deste tipo de atendimento. Mas o que era novidade – telemedicina na veterinária – em questão de semanas passou a ser menos discutida com a chegada avassaladora do ChatGPT, ferramenta on-line de Inteligência Artificial (IA).

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Cabe aqui salientar que IA já existe há décadas, mas pela primeira vez se tornou operacional, intuitiva e com fácil acesso ao grande público.

Ainda bastante polêmica, há quem entenda que com a IA não haverá mais onde trabalhar, que seremos rapidamente substituídos pela tecnologia. Por outro lado, há quem afirme que se trata de um importante avanço em nossa sociedade.

Tratar-se-ia de uma ferramenta que possibilitaria, junto ao humano, incremento de produtividade. Opiniões não muito distintas daquelas de meados do século XVIII, com a Revolução Industrial. Passados 250 anos, facilmente concluímos que o mundo não acabou, tampouco os empregos.

Veterinária terá grandes mudanças com inteligência artificial

Acredito que temos que ficar bastante atentos aos desdobramentos da chegada da inteligência artificial. Para muitas profissões, inclusive a medicina veterinária, haverá grandes mudanças e os médicos-veterinários serão obrigados a se adequar à nova realidade que se avizinha.

Sob o ponto de vista do “copo meio cheio” e sem fazer exercício de futurologia ou ficção (trata-se do presente), podemos destacar alguns exemplos de como a IA pode ser uma parceira do médico-veterinário.

Raio X com inteligência artificial chega ao Brasil

Está chegando ao Brasil uma ferramenta de inteligência artificial que oferece, ao veterinário de pets, auxílio em laudos de Raio X em poucos minutos: o veterinário gera a imagem a partir de seu aparelho de Raio X, na clínica ou no hospital, envia para a nuvem e, em poucos minutos, recebe um parecer.

Uma importante melhoria na qualidade assistencial, seja ajudando o radiologista em um laudo mais acurado, seja ajudando o clínico plantonista durante a madrugada. Indo além: pode ser também uma importante ferramenta de apoio àqueles profissionais que laudam cerca de 20, 30 casos por dia.

Também no segmento de diagnóstico, equipamentos de mensuração de eletrólitos, gasometria e bioquímicos disponibilizam resultados acompanhados por uma impressão diagnóstica proveniente de inteligência artificial.

Outra alternativa diferenciada para o aprimoramento da qualidade assistencial, principalmente para aqueles profissionais ainda menos experientes, que trabalham sozinhos e podem, a qualquer momento, atender um paciente criticamente enfermo.

O futuro já chegou. Cabe a nós aproveitarmos o que de melhor ele tem a nos oferecer.

*Os artigos não expressam necessariamente a opinião do Movimento Econômico

**Fabiano de Granville Ponce é médico-veterinário, formado pela Universidade de São Paulo (USP), com MBA Executivo pela Fundação Dom Cabral (FDC) e Pós-MBA em Oxford (USA). Cofundador da Hovet Pompéia e Commercial Director da VetFamily Brasil, comunidade internacional de médicos-veterinários.

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