A fábrica Vivix Vidros Planos, em Goiana (PE), firmou uma parceria com a Atiaia Renováveis (empresa de geração e comercialização de energia renováveis), para atender a 100% da demanda da fabricante de vidro com energia solar, limpa e renovável a partir de 2024. As empresas do Grupo Cornélio Brennand (GCB) firmaram um modelo de autoprodução de energia elétrica eletricidade por meio da construção da Unidade Geradora Fotovoltaica (UFV) Maravilhas I, que terá 27,5 megawatts (MW) de potência instalada.
Maravilhas I entrará em operação em janeiro de 2024, num terreno com 85 hectares de área útil que pertence à Atiaia Renováveis, situado a 1,6 Km da fábrica da Vivix. Junto à UFV Maravilhas II, a UFV formará um parque customizado para suprir as necessidades de eletricidade das plantas da fabricante de vidros. O investimento para a construção de Maravilhas I e Maravilhas II deve superar R$ 200 milhões.
Nesse modelo, a Atiaia Renováveis constrói, arrenda e fica responsável pela manutenção da usina geradora. Quando concluído, o Complexo Maravilhas, que reúne as unidades UFV Maravilhas I, UFV Maravilhas II, UFV Maravilhas III e UFV Maravilhas V, terá 227 MW de capacidade instalada.
Somente as unidades Maravilhas I (começará a operar em 2024) e Maravilhas II, que totalizam 55 MW, serão destinados à parceria com a Vivix Vidros Planos, incluindo sua segunda planta, que será inaugurada em 2025. Na fase de construção, Maravilhas I deverá gerar cerca de 300 empregos. As obras serão iniciadas em 2023 e a operação começará no primeiro trimestre de 2024.
Matriz diversificada
A autoprodução destina-se a empresas que desejam produzir a energia que consomem, e podem comercializar um eventual excedente de energia elétrica. “O cliente passa a gerar energia confiável, reduz os seus custos com encargos setoriais e encargos de conexão, dado que a usina ficará próxima da planta dele, além de passar a ter uma fonte de suprimento 100% renovável. Outra vantagem é que assessoramos o cliente de ponta a ponta, com um time altamente especializado”, explica Rodrigo Assunção, presidente da Atiaia Renováveis.
A Atiaia tem cerca de 150 funcionários e prevê um faturamento de R$ 400 milhões para este ano, e crescimento de 12% no próximo ano, em relação a 2022. O plano da empresa é crescer através da diversificação da matriz de energias limpas produzidas pela empresa.
“Hoje a geração é concentrada em nove Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), e o crescimento deve ser liderado pela fonte solar, que utilizaremos para os parques de energia que vão gerar energia para a Vivix”, explicou Rodrigo.
Ele conta ainda que a energia das PCHs é vendida principalmente em leilões realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e comprada por distribuidoras de energia. “Vamos atender o mercado livre de comércio de energia, discutindo soluções de modelos de negócio. Os desenhos de parceria podem adotar formatos diferentes em função de cada cliente”, afirmou o presidente da Atiaia.
Sustentabilidade energética
A Vivix Vidros Planos tem 340 funcionários e deve fechar 2022 com faturamento de R$ 1 bilhão, projetando um crescimento de 15% em 2023. A empresa, que produz vidro para os mercados de construção civil, decoração e moveleiro, tem como carro-chefe a venda de espelhos e vidro incolor, que respondem por 70% da produção. A planta possui capacidade de produção de 900 toneladas/dia, numa área construída de 90 mil m².
A empresa atende majoritariamente o mercado interno, atuando em todo o país e sendo a responsável por uma fatia de 14% do setor no país, enquanto exporta cerca de 3% a 5% da produção. Henrique Lisboa, presidente da Vivix, destacou o compromisso da empresa – e do Grupo Cornélio Brennand – de ser sustentável e causar o menor dano ambiental possível. “A parceria com a Atiaia já acontece a algum tempo, movida por esse propósito”, disse ele.
A fábrica, segundo Henrique, importa alguns minérios a granel através do Porto do Recife, como a barrilha. O presidente da Vivix explica que a expectativa da empresa é dobrar a importação do mineral após a instalação da segunda planta. No Porto de Suape, por onde 25% da produção é comercializada (2 mil contêiners/ano), mas também possui jazidas próprias a 13 Km de distância da fábrica, para retirar a areia utilizada na produção.
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