A Associação dos Criadores de Abelhas do Município de Petrolina (Ascamp), criada para incentivar a produção sustentável de mel de abelha no Vale do São Francisco, conseguiu alavancar os ganhos dos apicultores da região por meio de técnicas de manejo agrícola sustentável do semiárido.
A associação surgiu de uma dificuldade que produtores de frutas da região enfrentaram no cultivo de goiaba e banana, que ficou com o custo de comercialização muito alto. Na busca por soluções, a apicultura surgiu como uma alternativa viável, barata e sustentável no longo prazo.
De acordo com George Caitano, um dos produtores associados, as técnicas implementadas não apenas aumentaram a produtividade como agregaram valor ao mel, permitindo que muitos produtores passassem a se dedicar exclusivamente às abelhas, além de auxiliar os produtores de frutas com a polinização.
“A produção hoje é de cerca de 35 a 40 toneladas de mel por enxame/safra. A gente consegue comercializar o mel por cerca de R$ 35 a R$ 40 o kg. Que outra cultura do Vale do São Francisco você consegue comercializar a esse valor?” questiona o apicultor ao destacar os ganhos sociais advindos das práticas de manejo sustentável.
Tudo foi possível graças a um curso de qualificação em imersão tecnológica de manejo agrícola no semiárido pela metodologia Favo Cheio, oferecido pelo Sebrae, que ensinou e implementou técnicas para manter os enxames fortes e reduziu perdas até a entrada da próxima safra.
Com o aprendizado técnico, os apicultores da Ascamp aprenderam não apenas a melhor forma de tratar as abelhas e garantir a saúde dos enxames, mas também a fazer isso de modo que não gere devastação ao meio ambiente. “O curso de manejo ajudou a gente a ter uma visão de se adaptar às condições necessárias e o que poderíamos adequar para ter êxito”, explica o apicultor.
Um exemplo de boa prática implementada é a redução do desmatamento. “Buscamos aproveitar plantas que dão sombra aos apiários para não termos que cortar árvores, e a madeira para confecção das colmeias é certificada”, explicou George.
O impacto na vida dos associados é, segundo George, inegavelmente positivo, pois além de ser uma atividade prazerosa de se desempenhar, a geração de emprego e renda por meio da apicultura trouxe um ganho de qualidade de vida para os produtores.
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