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Água: com pior oferta do país, Pernambuco terá R$ 52 mi para melhorar abastecimento

Anunciadas no Dia Mundial da Água, as ações têm potencial de beneficiar até 500 mil pessoas, parte delas a partir da resolução de problemas rotineiros da rede já existente
Abastecimento hídrico Pernambuco Raquel Lyra
Aportes anunciados pela governadora Raquel Lyra serão feitos no Recife e em mais três municípios da Região Metropolitana: Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista / Miva Filho/Governo de Pernambuco

No estado com a pior disponibilidade hídrica do Brasil, dois milhões de pessoas não têm acesso à água e quatro milhões dependem de rodízios que, em alguns casos, chegam a 26 dias sem água e quatro de abastecimento. Os dados são da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e também constam em relatórios feitos em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Nesta sexta-feira (22), Dia Mundial da Água, a gestão estadual anunciou R$ 51,9 milhões em obras para amenizar transtornos e ampliar a oferta do serviço.

Conforme o Governo de Pernambuco, os aportes serão feitos no Recife e em mais três municípios da Região Metropolitana: Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. As ações têm potencial de beneficiar até 500 mil pessoas, parte delas a partir da resolução de problemas rotineiros da rede já existente. Os anúncios foram feitos pela governadora Raquel Lyra (PSDB).

Na Zona Norte do Recife, as intervenções vão custar R$ 33,6 milhões e incluem a substituição de redes antigas, a implantação de novas ligações de água, a instalação de equipamentos e a setorização das tubulações, atendendo 179 mil pessoas em 14 bairros. Já nas zonas Sul e Oeste, os investimentos chegarão a R$ 3,5 milhões.

Resolver falta d’água pode impulsionar governo

A injeção de recursos ocorre em uma área citada entre as dez piores pela população pernambucana em levantamento feito pelo Paraná Pesquisas em 2022, ano em que a governadora Raquel Lyra saiu vitoriosa das eleições. Desde então, o Governo do Estado se mobilizou para restabelecer parcerias com o Governo Federal com o objetivo de destravar obras como a Adutora do Agreste e a conclusão de quatro barragens previstas desde 2010 para a contenção de cheias na Mata Sul.

Também tem sido feita uma aposta na resolução de gargalos de responsabilidade estadual. Chama atenção, por exemplo, a situação do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Muribeca, construído em um terreno acidentado às margens da PE-17, em Jaboatão dos Guararapes, e que, mesmo pronto desde 2022, não entrou em operação devido à falta de uma rede de abastecimento de água. Agora, com um aporte de R$ 1,1 milhão, o espaço poderá receber as intervenções que faltam para funcionar, atendendo 90 jovens em cumprimento de medida judicial de internação pela prática de atos infracionais.

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“Sabemos dos indicadores do nosso estado. Recebemos ele com dois milhões de pessoas sem acesso à água e quatro milhões que são submetidas a rodízio, uns maiores, outros menores. Estamos trabalhando, todos os dias, para levar dignidade e qualidade de vida para o nosso povo, que por tantos sonhou em ter água em suas casas”, destacou Raquel Lyra.

Obras hídricas têm apelo junto à população

Para técnicos do governo, a entrega de resultados efetivos para a população vem sendo potencializada pela solução de gargalos que esbarravam em entraves administrativos e que têm baixo custo se comparados a obras de vulto, como a Adutora do Agreste ou as barragens de contenção. Não à toa, esses ativos têm sido explorados pela gestão estadual.

Um exemplo é o caso de Severina Josefa de Oliveira, a dona Biu, moradora do Alto José do Pinho, na Zona Norte do Recife, e personagem frequente em peças de comunicação sempre que a governadora fala de obras hídricas de sua gestão. “Há dez anos que minha casa não tinha água nas torneiras. Mas, quando Raquel era candidata, ela me prometeu que eu teria água na minha casa. Agora nós temos. Eu estou muito alegre e agradecida”, afirmou, durante os anúncios desta sexta-feira.

Expectativa por conclusão rápida

Outro caso é o do Programa de Perfuração de Poços da Região Metropolitana do Recife, que terá suas obras retomadas. A Compesa iniciou as intervenções civis e eletromecânicas que vão garantir o funcionamento de 14 equipamentos já perfurados nos municípios de Olinda, Paulista e Recife, a partir de um investimento de R$ 13 milhões com entrega já em 2024.

“Muitas obras da Compesa estão saindo do papel, principalmente nas comunidades menos favorecidas, aquelas que têm mais dificuldade no acesso à água”, afirmou o secretário estadual de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo.

A Compesa garante que as obras serão iniciadas de imediato, algumas com previsão de entrega em seis meses. “O anúncio desses investimentos demonstra a recuperação da capacidade da Compesa de enfrentar esse drama que é a água em Pernambuco. No decorrer das obras, a população perceberá o benefício em suas casas”, disse o presidente da companhia, Alex Campos.

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