Pernambuco investe R$ 52 milhões para levar água aos sertões do Moxotó e do Pajeú

O acesso à água é um problema no semiárido pernambucano
A ordem de serviço do pacote de obras hídricas no valor de R$ 52 milhões foi assinada em Sertânia nesta quinta-feira (22). Foto: Miva Filho/Secom

Se o ex-governador Eduardo Campos (PSB) é reconhecido como o governante que acabou com o rodízio de água na Região Metropolitana do Recife, a governadora Raquel Lyra poderá se firmar como a que ajudou a resolver um dos maiores problemas de parte do semiárido pernambucano: o do acesso à água. Nesta sexta-feira, a chefe do Executivo e a sua vice, Priscila Krause, anunciaram um pacote de investimentos de R$ 52 milhões que vão levar água a três municípios dos sertões do Moxotó e do Pajeú: Sertânia, Arcoverde e Serra Talhada.

Embora as secas não sejam mais sinônimo de exôdo rural, a dificuldade de acesso à água potável ainda gera muitos problemas, inclusive econômicos, nestes municípios e regiões próximas que apresentam estiagens cíclicas com grande parte dos seus rios intermitentes, que ficam secos durante as grandes estiagens. O anúncio ocorreu no município de Sertânia, onde foram assinadas as ordens de serviço. As obras serão realizadas pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).

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“Nosso governo está trabalhando para universalizar o acesso à água em todas as regiões. Essa é uma demanda histórica, e aqui no Sertão, essa história vai mudar. Temos a honra de investir para que as pessoas tenham mais dignidade, reduzindo os prazos de rodízio”, ressaltou Raquel Lyra, que é de Caruaru, cidade que também sofre com problemas de abastecimento de água, principalmente quando ocorre uma estiagem severa. 

No município de Sertânia, a primeira obra contempla o início dos serviços de ampliação e adequação do Sistema de Abastecimento de Água (SAA) no valor de R$ 3,8 milhões. Já a segunda, é destinada à população do distrito de Albuquerque Né, onde será implantado um Sistema de Abastecimento de Água. Também serão construídos uma Estação de Tratamento de Água e um reservatório no valor de R$ 2,5 milhões, além da implantação de uma adutora e da rede de distribuição. O abastecimento ao distrito será realizado através de nova interligação na adutora do Pajeú (2ª Etapa) e a expectativa é disponibilizar água para essas famílias de forma contínua.

Sertânia recebe água da transposição do São Francisco. O fornecimento ao município pela Adutora do Pajeú estava nos planos do governo do Estado, desde meados da década passada, quando a transposição do São Francisco avançava no Eixo Leste, mas o Ramal do Agreste – que levaria as água do Velho Chico de Sertânia a Arcoverde – não conseguia sair do papel. Um dos ramais da transposição, o Eixo Leste foi inaugurado em 2017, quando a água chegou em Monteiro, na Paraíba.

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O secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo, enfatizou que o Governo tem se empenhado para ampliar o acesso à água. “Estamos trabalhando incansavelmente para que todos possam, o mais breve possível, ter o seu direito garantido”, reforçou o titular da pasta, acompanhado do presidente da Compesa, Alex Campos.

Já em Arcoverde, a Compesa fará serviços de melhoria e ampliação do SAA num investimento de R$ 18 milhões. Serão implantados 42 km de rede de distribuição, a substituição da rede de amianto existente por tubos em PVC, a reconstrução da Estação Elevatória de Água Bruta 02, a implantação de novos conjuntos de motobomba, quadros elétricos e a implantação de dispositivos de controle, medição e automação das unidades. As intervenções permitirão, além da modernização do sistema, a distribuição mais uniforme do abastecimento de água da cidade de Arcoverde, beneficiando 70 mil pessoas.

Presente ao evento, o vice-prefeito de Sertânia, Antônio Almeida, agradeceu os investimentos e disse ficar extremamente feliz com os anúncios de diversas obras hídricas. “Eu tenho o sonho de ver toda população da nossa cidade recebendo água nas torneiras”, afirmou.

A cidade de Serra Talhada receberá um investimento de R$ 27,4 milhões para ampliação da capacidade de tratamento de água, expansão e adequação do sistema de abastecimento, incluindo uma nova estação de tratamento de água com capacidade de tratar 200 litros por segundo. Isso vai duplicar a produção para o município, além de permitir o abastecimento de outras localidades atendidas pela Adutora do Pajeú. Cerca de 130 mil pessoas serão beneficiadas com a iniciativa.

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