Audiovisual agoniza e iniciativa tenta captar apoio de empresários

O Núcleo de Qualificação de Audiovisual do Nordeste lançou vários cursos de formação online para quem atua com cinema e televisão e pede que empresas adotem alunos

O mercado audiovisual brasileiro vem sofrendo bastante e algumas ações tentam dar fôlego para que esse segmento não afunde de vez no Nordeste. Uma dessas ações vem do Núcleo de Qualificação Audiovisual do Nordeste, entidade com mais de 20 anos de atuação, que já formou mais 400  profissionais que atuam com audiovisual, tanto no cinema quanto na academia.

O Núcleo de Qualificação de Audiovisual do Nordeste (NQA) acaba de lançar vários cursos de formação online para quem atua com cinema e televisão. E, para viabilizar esse projeto, está buscando parcerias com empresas interessadas em adotar alunos para bancar sua participação nas aulas. 

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Essa iniciativa é importante porque o setor vem sofrendo com falta de recursos desde que o governo federal reduziu a verba para fomento ao cinema e à TV.  Os números recentemente divulgados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) demonstram que houve uma redução de 44% nos valores contratados no Fundo Setorial do Audiovisual, entre 2018 e 2020, numa redução que foi de R$ 804 milhões de reais para R$ 448 milhões. “Foi uma redução drástica que afetou profundamente a renda de toda cadeia de produção do audiovisual”, explica a cineasta Maria Pêssoa, que está à frente da curadoria do curso. 

“Temos que lembrar que a Ancine vem sofrendo esvaziamento há dois anos. Essa agência era ligada ao Ministério da Cultura e, no atual governo federal, virou secretaria no Ministério da Cidadania, e depois migrou para o Ministério do Turismo. E, dento deste cenário, já passaram por lá seis secretários diferentes em dois anos, o que tem impedido de se implantar uma política para o setor”, diz Gerardo Lopes, produtor Gerardo Lopes, da Fábrica Produções.

Um outro problema é a pandemia, que impediu a realização e o lançamento de diversos filmes, porque as salas de exibição seguem fechadas. O próprio Gerardo Lopes está com um filme pronto para ser lançado sobre Frei Damião e não tem ideia de quando isso vai acontecer.

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O mercado está sem recursos e isso tem lavado os profissionais a se virarem fazendo outras coisas para sobreviver. O governo de Pernambuco ainda liberou algum dinheiro para o audiovisual no ano passado através do Funcultura, o fundo estadual de incentivo à cultura.

A dependência de verbas públicas é uma característica do setor. E na ausência delas, a salvação tem vindo das grandes plataformas de streaming, como Netflix e Disney, que estão fomentando projetos do audiovisual na América Latina.

“O problema é que elas buscam produtoras mais estabilizadas, e estas estão no eixo Rio-São Paulo. As produtoras periféricas, como as do Nordeste, têm dificuldade de conseguir recursos porque  enfrentam deficiência de mão de obra e capacitação para elaborar bons projetos”, analisa Maria Pêssoa, acrescentando que é por isso que a inciativa do curso de trazer profissionais de alto nível para capacitar mão de obra nordestina é tão importante.

O curso, pelo próprio edital, não pode ser gratuito, porque ele precisa dar retorno o fundo setorial, que tem que se retroalimentar das iniciativas que banca. “O problema é que a verba disponibilizada não paga nem metade do cachê desses bons profissionais e é isto que nos motiva a buscar ajuda na iniciativa privada”, diz a curadora.

Cada vaga do 1º curso custa R$600,00, e o valor total do investimento vai variar de acordo com a quantidade de vagas que a empresa deseje adotar.  Para o primeiro curso, a turma tem no máximo 15 alunos. As aulas do primeiro curso se iniciam em junho e as inscrições podem ser consultadas no site curso.nqa-ne.com.

Mais informações sobre o programa de adoção de alunos pelas empresas podem ser obtidas através do WhatsApp 81-98877-8008 ou pelo e-mail [email protected]

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