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Construção civil gera 2,2 mil vagas em SE, mas enfrenta falta de mão de obra

Três segmentos - construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados - apresentaram resultados positivos
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Um operário da construção em Sergipe tem uma remuneração média entre R$ 1.800 e R$ 2.400. Foto: Emurb/Divulgação

No ano passado, a construção civil em Sergipe registrou um aumento de 22,58% nas vagas de emprego, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho. Foram 2.291 vagas geradas com carteira assinada.

Embora ocupe a quarta posição entre os nove estados nordestinos, o presidente da Associação dos Dirigentes das Empresas Imobiliárias de Sergipe (Ademi-SE), Evislan da Silva Souza, destaca que esse crescimento, embora pareça modesto quando comparado a outros estados, é significativo para um estado de menor território. “Somos um dos menores territórios da região e, quando observamos isso, esse percentual se torna relevante e consistente”, afirma.

Três segmentos – construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados – apresentaram resultados positivos. A construção de edifícios, por exemplo, foi responsável por 61,07% dos novos postos de trabalho, com um aumento de 27,41%.

As obras de infraestrutura apresentaram crescimento de 47,96%, enquanto os serviços especializados aumentaram 4,70%. Além disso, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor teve um aumento geral de 8,82% em 2024, com crescimento em todas as áreas: 8,45% na construção de edifícios, 8,04% nas obras de infraestrutura e 10,35% nos serviços especializados.

Fonte: Caged

O crescimento coloca Sergipe em uma posição intermediária na Região Nordeste, ficando atrás apenas de Pernambuco (6.049), Rio Grande do Norte (5.157) e Paraíba (4.842), que lideraram a abertura de postos na construção. Ainda assim, o saldo positivo indica um ambiente econômico relativamente aquecido e possíveis investimentos na infraestrutura e setor imobiliário do estado.

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Os números contrastam com os resultados negativos registrados em outros estados da região, como a Bahia, que teve uma perda de 947 vagas, e o Piauí, que registrou o pior desempenho, com saldo negativo de 2.633 postos de trabalho.

Construção civil busca talentos

Presidente da Ademi-SE, Evislan da Silva
Presidente da Ademi-SE, Evislan da Silva Souza: “setor tem dificuldade de atrair novos talentos”. Foto: Larissa Gaudêncio/Divulgação

Mesmo com números positivos, Sergipe enfrenta problemas com a falta de mão de obra especializada. “O problema não é só a falta de gente, é a dificuldade em atrair novos talentos. Muita gente ainda tem uma visão ultrapassada do setor: acham que é pesado, repetitivo e sem perspectiva. Mas a realidade está mudando rápido”, diz Evislan, ao acrescentar que o setor está se transformando com a tecnologia, inovação e eficiência. “A Indústria 4.0 já chegou nas nossas obras com sistemas como paredes de concreto moldadas in loco, BIM, automação e controle de qualidade digital.

O dirigente afirma que a instituição está preocupada e, junto com o Senai Sergipe, está sendo montando um plano ousado de capacitação profissional. “Queremos preparar pessoas para os desafios da nova construção civil, moderna, ágil e sustentável. Essa parceria vai oferecer cursos práticos, voltados para as tecnologias e métodos que já estão sendo usados pelas construtoras sérias do estado”, frisou.

Além disso, uma excelente notícia: os Ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento Social firmaram uma parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) para criar oportunidades para quem está no Cadastro Único. Ou seja: será possível entrar no mercado da construção civil sem perder os benefícios sociais, o que é um grande avanço.

Fatores positivos

O presidente da Ademi-SE, Evislan da Silva Souza,ressalta que o crescimento do setor é reflexo de uma série de fatores positivos. “A geração de novas vagas no setor da construção civil em Sergipe é reflexo direto da confiança que está sendo restaurada no nosso estado. A retomada firme do programa Minha Casa Minha Vida, os investimentos em obras estruturantes por parte do Governo do Estado e das prefeituras, além do ambiente de negócios mais estável, são fatores que têm incentivado os empresários a investir, lançar e construir”, comenta.

Em relação à média salarial dos operários da construção civil, Souza explica que o setor é bastante diversificado. “Um operário da construção em Sergipe tem uma remuneração média entre R$ 1.800 e R$ 2.400, podendo variar conforme a função, qualificação e local da obra. Nos cargos técnicos e de apoio administrativo, os valores são mais altos”, detalha.

Para os primeiros meses de 2025, Souza afirma que a movimentação no setor tem sido positiva. “Já percebemos uma movimentação favorável e acreditamos que a tendência é manter ou até superar o ritmo de 2024. Estimamos que hoje haja cerca de 70 empreendimentos ativos no estado, entre obras em execução e lançamentos recentes, espalhados por cidades como Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, Itabaiana, Estância e Lagarto”, explica.

A Barra dos Coqueiros se destaca no setor de construção de condomínios. “Sem dúvida, a Barra dos Coqueiros é um dos grandes destaques. A cidade cresceu em ritmo acelerado, com forte presença de condomínios horizontais e verticais, aproveitando sua proximidade com Aracaju e o apelo da praia. Mas não é só a Barra. Temos projetos importantes também em bairros de Aracaju, além de outros municípios do interior que estão se estruturando para receber novos investimentos”, afirma o presidente da Ademi-SE.

Parceria com o Senai

A Ademi-SE continua a monitorar de perto o mercado, trabalhando com dados e diálogo para garantir que o crescimento do setor imobiliário seja sustentável e beneficie as famílias sergipanas. Um exemplo disso é a parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que garantirá a oferta de cursos alinhados com as novas demandas da indústria da construção. Essa parceria visa não apenas qualificar profissionais, mas também gerar novas oportunidades de emprego em construtoras e incorporadoras que seguem as exigências legais e os padrões de qualidade.

Outro ponto importante é a preocupação da Ademi-SE com a política habitacional e a revitalização urbana de Aracaju. Recentemente, a associação foi convidada a integrar grupos de trabalho com a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, para revisar o Plano Diretor de Aracaju, um documento fundamental para o planejamento urbano sustentável da capital sergipana, além de formular estratégias para a habitação de interesse social.

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