Petrolina e Caruaru puxaram o crescimento populacional de Pernambuco

O crescimento populacional que ocorreu em Pernambuco foi de 3%, segundo o censo de 2022
Petrolina
Petrolina foi a cidade que apresentou maior crescimento populacional, segundo o censo de 2022. Foto: iStock.

Os dados do Censo de 2022 mostram que algumas das cidades mais populosas de Pernambuco perderam habitantes, quando se compara com 2010 num movimento parecido com o que ocorreu no Brasil. A capital pernambucana registrou uma queda de 3% da sua população, a cidade de Olinda está com 7% de habitantes a menos e Jaboatão dos Guararapes manteve a mesma população de 2010, ou seja ficou estável. Por outro lado, cidades de porte médio puxaram o crescimento populacional do Estado, como como ocorreu em Petrolina, no Sertão do São Francisco, e Caruaru, no Agreste.

Petrolina cresceu 31,6%, sendo a cidade pernambucana como o maior aumento da população em números absolutos, saindo de 293.962 para 386.786 habitantes de um censo para outro. Era a sexta mais populosa do estado em 2010 e passou para o terceiro lugar em 2022. O município foi o 16º do país com maior crescimento absoluto.

- Publicidade -

Conhecida como Princesa do Agreste, Caruaru registrou 20,1% de aumento da sua população neste período, sendo a 4ª cidade mais populosa de Pernambuco, segundo o Censo de 2022. Foi o segundo maior aumento registrado no Estado. Nas últimas duas décadas, cresceu muito o  setor de confecções no Agreste que tem Caruaru como cidade polo e também o município tornou-se um grande centro de educação universitária, recebendo faculdades públicas e privadas. 

Economista da Ceplan-Consultoria, Paulo Guimarães, diz que existem duas motivações diferentes para o aumento e decréscimo da população nas cidades citadas acima. “Em relação a perda de Recife e Olinda, há uma relação com mercado de trabalho, principalmente pós pandemia, com retorno de pessoas para o interior, como Vitória e Garanhuns”.  Ele argumenta também que é importante ressaltar a questão imobiliária: “Houve um crescimento dos preços dos aluguéis e compra de imóveis, principalmente em Recife”.

No caso de Petrolina, segundo o economista, “há uma dinâmica econômica própria, principalmente do setor de agronegócio, que tem relações internacionais, além de ganhos com a questão cambial (desvalorização do Real nos últimos anos”. A desvalorização do real tornou as frutas de polo Petrolina-Juazeiro mais competitivas no mercado internacional, ou seja estimulou o aumento dessa produção.

- Publicidade -

“Existe uma tendência, já há alguns anos, de crescimento das cidades médias”, conta Paulo. E foram justamente essas cidades que cresceram mais a população, como também ocorreu em Garanhuns e Vitória de Santo Antão. Garanhuns teve um aumento de 10% da população e também se tornou uma cidade polo para o setor de avicultura nas últimas duas décadas. As cidades médias são aquelas que tem entre 100 mil habitantes e 500 mil, de acordo com o IBGE.

Conhecida como a terra da Pitú, Vitória de Santo Antão também recebeu alguns empreendimentos industriais nas últimas duas décadas. Essas cidades médias geraram, segundo Paulo, oportunidades no mercado de trabalho e relativamente com um menor custo de vida, o que fez atrair mais pessoas. 

A cidade de Serra Talhada também registrou um crescimento de 16% da sua população. E a principal mudança que ocorreu no município foram as instalações do campus da UFPE no município, que passou a ter até curso de medicina. 

Consequências da diminuição da população

As 87 cidades pernambucanas que tiveram decréscimo de população provavelmente vão ter uma queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que é alimentado com recursos arrecadados pelo Imposto de Renda e Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). O percentual do repasse a ser feito leva em consideração o aumento ou decréscimo da população. 

O impacto maior será nas pequenas cidades que tiveram redução no número de habitantes. O FPM chega a ser mais de 90% da receita dos municípios pequenos em Pernambuco. Cidades grandes como Recife, Olinda e Jaboatão não dependem do FPM pois têm um percentual maior de receitas próprias para bancarem as suas despesas.

Pernambuco  

Pernambuco tem 9.058.155 habitantes, representando 4,46% do total da população brasileira, segundo o censo do IBGE. Continua sendo o sétimo Estado mais populoso do País atrás apenas da Bahia. Em 2010, a população pernambucana era de 8.796.448 habitantes. A taxa de crescimento geométrica de 2010 até 2022 foi de 0,24% ao ano.

O Estado apresentou um crescimento populacional de 3% com um acréscimo de 261.707 habitantes. Dos 184 municípios de Pernambuco, 97 cidades e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha apresentaram aumento populacional em 2022 em relação a 2010.

Os dez municípios mais populosos de Pernambuco, de acordo com o Censo 2022, são Recife (1.488.920 habitantes), Jaboatão dos Guararapes (643.759), Petrolina (386.786), Caruaru (378.052), Olinda (349.976), Paulista (342.167), Cabo de Santo Agostinho (203.216), Camaragibe (147.771), Garanhuns (142.506) e Vitória de Santo Antão (134.110). Igarassu ocupa a 11ª posição com 115.196 moradores, e São Lourenço da Mata, está em 12º lugar, com 111.243 residentes. Eles fazem parte da lista de municípios pernambucanos com mais de 100 mil habitantes.

Já os municípios com menor população em Pernambuco no Censo 2022 são Itacuruba (4.284 pessoas), Ingazeira (4.768), Solidão (5.210) e Calumbi (5.228). Incluído nessa lista está o Distrito Estadual de Fernando de Noronha, com 3.167 habitantes.

Leia também

Brasil tem mais de 203 milhões de habitantes, diz Censo do IBGE

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -