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Complexo de Pecém e AES Brasil preveem usina de hidrogênio verde no CE

Por Kleber Nunes O Complexo Industrial e Portuário de Pecém e a AES Brasil assinaram, um pré-contrato para a implantação de uma usina de hidrogênio verde (H2V), no Ceará. O acordo é um avanço ao memorando de entendimento firmado em dezembro do ano passado e prevê uma planta com capacidade de 2 gigawatt (GW) do […]
Porto de Pecém
Porto de Pecém: 22 Memorandos de Entendimento (MoU) já foram assinados, todos com o objetivo de produzir e também exportar o novo combustível/Foto: divulgação

Por Kleber Nunes

O Complexo Industrial e Portuário de Pecém e a AES Brasil assinaram, um pré-contrato para a implantação de uma usina de hidrogênio verde (H2V), no Ceará. O acordo é um avanço ao memorando de entendimento firmado em dezembro do ano passado e prevê uma planta com capacidade de 2 gigawatt (GW) do combustível e de até 800 mil toneladas de amônia verde por ano.

A partir do novo convênio celebrado na quinta-feira (22), durante o Pro Energia Summit 2022, em Fortaleza, a AES Brasil vai dar início ao estudo de viabilidade que deve durar de seis a oito meses. A estimativa é de que, se confirmada a construção da usina de H2V na Zona de Processamento de Exportação (ZEP) do Complexo de Pecém, o Ceará receba um investimento entre US$ 2 bilhões e US$ 4 bilhões, e o estado avance no projeto de ser um hub da commodity no Brasil.

Além da AES, Pecém tem um pré-contrato assinado com a Fortescue para o hidrogênio e a amônia verdes. A expectativa é de que se os estudos da empresa australiana avançarem e seja capaz de construir a cadeia de produção e distribuição em escala do energético, o Brasil se torne o principal país exportador do H2V.

“Somos hoje um importante parceiro de empresas que buscam a transição energética e caminhos para a descarbonização de sua matriz. Para a AES Brasil, a assinatura desse pré-contrato representa mais um passo importante rumo à diversificação de nosso portfólio, baseado em soluções inovadoras e em energia 100% renovável”, afirmou a CEO da AES Brasil, Clarissa Sadock.

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O hidrogênio verde é um vetor energético que entrou na mira do mercado na medida em que as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa se tornaram mais desafiadoras. Chamado de “combustível do futuro”, o custo do H2V vem se tornando competitivo devido ao impacto das energias renováveis. Esse tipo de hidrogênio é obtido a partir da eletrólise que, em suma, é o processo de utilização da corrente elétrica na água para separar o gás das moléculas de oxigênio.

“O hidrogênio se apresenta como excelente fonte de energia devido à sua abundância e ao seu potencial energético. Quando produzido a partir de uma fonte limpa, como a energia eólica ou solar, torna-se a chave para o movimento de descarbonização do planeta, e o Brasil reúne uma das melhores condições para a produção do hidrogênio verde, tanto pela complementaridade de suas fontes como por sua posição geográfica”, explicou o vice-presidente de Novas Soluções e Inovação da AES Internacional, Ítalo Freitas.

Para o presidente do Complexo de Pecém, Danilo Serpa, o novo acordo com AES Brasil confirma que o H2V já não é mais projeto de um futuro distante “Estamos muito satisfeitos e entusiasmados com a assinatura desse pré-contrato. Nossos executivos passaram os últimos nove meses construindo juntos todos os termos e cláusulas desse documento que contribui diretamente para que o hub de hidrogênio verde se torne uma realidade. É o futuro ganhando forma no presente”, celebra Danilo Serpa, presidente do Complexo do Pecém (CIPP S/A).

H2V começará a ser produzido em dezembro no CE

Até dezembro, deve entrar em operação a primeira planta de hidrogênio verde do Ceará, com capacidade para produzir 250 m³ por hora. O projeto tem à frente o Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI), de Pernambuco, e está sendo implantado no Complexo de Pecém. O empreendimento, que inclui a instalação de uma usina solar de 3 MW de potência, é um investimento de R$ 42 milhões.

A construção da planta conta com o apoio do Grupo de Estudos do Setor Elétrico, Gesel, da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ) que estuda a viabilidade econômica, setorial e mercadológica da usina. Outra parceira da IATI é a Hytron, empresa que nasceu dentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e desenvolve os equipamentos para a eletrólise.

Hub de Hidrogênio Verde

Criado em fevereiro de 2021 pelo Governo do Estado Ceará, em parceria com o Complexo do Pecém, Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e Universidade Federal do Ceará (UFC), o Hub de Hidrogênio Verde tem atraído diversas empresas interessadas em instalar no Complexo do Pecém, mais especificamente na área da ZPE Ceará, plantas para a produção e distribuição deste que é considerado o combustível do futuro. Até o momento, 22 Memorandos de Entendimento (MoU) já foram assinados, todos com o objetivo de produzir e também exportar o novo combustível.

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