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Considerada a segunda maior cidade do estado, Arapiraca entrou no radar de obras de mobilidade urbana para alavancar o desenvolvimento urbano local. O ministério dos Transportes iniciou um projeto para implantar um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na cidade, o que seria o primeiro do modelo a contemplar uma cidade do interior de Alagoas.
O anúncio foi feito pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, durante sua passagem pelo Congresso dos Municípios Alagoanos, promovido pela Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), em Maceió, na última quarta-feira (4).
Segundo informações do Ministério, o projeto do VLT de Arapiraca será totalmente desenvolvido pelo Governo Federal e a projeção é que ele tenha uma extensão de 20 quilômetros.
O empreendimento prevê a utilização da malha ferroviária existente na cidade e que está abandonada há décadas, garantindo, segundo o MT, o aproveitamento sustentável da infraestrutura existente.
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“Alagoas, há dez anos seguidos, é o estado que mais cresce no Brasil. Só esse ano, cresceu 30%. O VLT em Arapiraca será um marco na mobilidade urbana da segunda maior cidade do estado”, disse o ministro Renan Filho durante o anúncio.
A rede ferroviária que atendia a cidade de Arapiraca foi inaugurada em 1949 e estava sem trem de passageiros desde 1980. O sonho de ter um VLT já é antigo e é aguardado desde os idos dos anos 2000.
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Em 2010 o prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (MDB), chegou a anunciar a assinatura dos contratos e assinou ordem de serviço para a implantação do VLT na cidade. A ideia, na época, era também utilizar os trilhos existentes que corta a cidade entre a Estação Central e a Vila São José, zona rural, num percurso total de 10 km.
O projeto acabou não se consolidando e nos últimos anos, a estrutura ferroviária da cidade segue abandonada. Em 2021, um Plano de Segurança Viária do município, apresentado pela prefeitura no YouTube, divulgou uma imagem do seria que seria o VLT como alternativa de transporte público.
O Ministério dos Transportes informou ao Movimento Econômico que ainda não há estimativa de valores a serem investidos no projeto.
Maceió tem projeto para novo VLT
Com a desocupação de cinco bairros em Maceió, que foram afetados por afundamento de solo, decorrentes de atividades de mineração, boa parte do trecho onde circulava o VLT da cidade acabou tendo que ser desativado como medida de segurança aos passageiros.
Com isso, o percurso de trem entre Rio Largo, cidade vizinha à Maceió, e a capital ocorre apenas em alguns trechos, diminuindo as poucas opções já existentes de locomoção na cidade.
Nos últimos anos, o trânsito na cidade acabou piorando, sendo comum grandes congestionamentos em qualquer hora do dia nas duas principais vias que ligam a parte alta à parte baixa da cidade.
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A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera o VLT em Maceió, informou ao Movimento Econômico que está previsto para 2025 uma licitação que pretende expandir o ramal ferroviário na cidade, ligando o Centro até a Ceasa, localizada no bairro da Forene.
“O maior projeto em desenvolvimento na CBTU Maceió atualmente é o Ramal Ferroviário de Integração Intermunicipal (RFII-CEASA), uma iniciativa que promete transformar o transporte público e a ocupação urbana da região. O novo ramal visa atender áreas classificadas como “Macrozona de Expansão Intensiva” pelo Plano Diretor de Maceió promovendo mobilidade e desenvolvimento social em polos comerciais e de serviços em crescimento”, informou a CBTU por meio de nota.
Atualmente, o transporte rodoviário entre o Centro de Maceió e a CEASA pode levar até 141 minutos, enquanto o trajeto de trem ou VLT reduziria esse tempo pela metade, com uma média de 65 minutos. Além disso, a tarifa ferroviária será mais acessível, fixada em R$ 2,50, em comparação com as tarifas rodoviárias, que variam de R$ 3,49 dos ônibus urbanos a R$ 6,75 no transporte intermunicipal.
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