Inaugurada há um ano, no Polo Industrial de Marechal Deodoro, a planta da Veolia é a primeira usina verde de geração de vapor de Alagoas e abastece a unidade industrial de PVC da Braskem no estado. Neste período, a usina já produziu cerca de 900 mil toneladas de vapor e a multinacional estuda ampliar suas atividades.
Em entrevista ao Movimento Econômico, a diretora de Operações Industriais da Veolia Brasil, Natalie Figueiredo, falou sobre as atividades desempenhadas em Alagoas e da importância do investimento em biomassa para o processo de descarbonização das indústrias.
A Veolia foi inaugurada em Alagoas no dia 14 de novembro de 2023 e teve um investimento de aproximadamente R$ 400 milhões para a construção das instalações. O empreendimento foi desenvolvido em parceria com a Braskem para alimentar a unidade industrial de PVC da Braskem, instalada na região. Em 2021 as empresas assinaram um contrato com duração de 20 anos para produzir energia renovável a partir de biomassas. Segundo Natalie Figueiredo, a unidade produz vapor a partir de biomassa de eucalipto, além de outras fontes complementares, como resíduos de madeira, bambu e pallets.
“Com escala de funcionamento de 24 horas por dia e 7 dias na semana, a usina produz cerca de 900 mil toneladas de vapor por ano. O uso desta fonte de energia renovável representa uma redução anual de, aproximadamente, 150 mil toneladas de CO2, se comparado ao uso de combustíveis fósseis. Todo o preparo, armazenamento e processamento delas é realizado no próprio site da companhia. Nossa intenção é aumentar cada vez mais o mix de combustível usado na usina, com outras fontes renováveis disponíveis na região, como a casca de coco, por exemplo”, explicou.
Além de Alagoas, a Veolia também já possui presença em outros estados do Nordeste, como Bahia, Sergipe, Maranhão, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, mas há também um interesse da multinacional em expandir suas atividades em Alagoas, conforme afirmou a diretora de operações industriais.
“Temos interesse em expandir nossas atividades com serviços nas áreas de energia como é o caso da operação com a Braskem, e em água, efluentes e resíduos. Vamos continuar trabalhando para aumentar nossa atuação local, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região” destacou.
Biomassa para descarbonização da indústria, diz Veolia
Em um momento em que a defesa do meio ambiente e de práticas industriais que gerem menos danos e impactos ao nosso planeta, a pauta da descarbonização no setor industrial vem sendo debatida em diversos segmentos.
Os dados da Veolia em Alagoas demonstram a importância de se apostar em energia oriunda de fontes renováveis. Em apenas um ano, cerca de 150 mil toneladas de CO2 deixaram de ser jogadas na atmosfera.
Para Natalie Figueiredo, a descarbonização é um pilar essencial para o futuro das atividades industriais, que coloca o setor como protagonista nas pautas de mitigação de mudanças climáticas. Ela destaca ainda que a eficiência energética, promovida por meio de tecnologias mais limpas e processos otimizados, reduz os custos operacionais e melhora a produtividade.
“Na Veolia, a descarbonização também direciona os negócios. Nosso plano estratégico global, o GreenUp, visa acelerar a transformação ecológica por meio da descarbonização, da despoluição e da regeneração dos recursos naturais. Temos o compromisso aprovado pelo SBTi de zerar nossas emissões de carbono até 2050. Queremos ajudar a indústria a reduzir 18 milhões de toneladas de CO2 por ano até 2027 em seus processos produtivos. Já para a despoluição, nosso compromisso está em tratar, anualmente, mais de 10 milhões de toneladas de resíduos perigosos e poluentes. E na regeneração dos recursos naturais, estamos comprometidos a preservar 1,5 bilhão de metros cúbicos de água até 2027”, completou.
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