Completou um mês da interdição das atividades na unidade da Origem, no município de Pilar, em Alagoas. A paralização foi determinada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a realização de adequações em programas de segurança operacional. Durante a fiscalização, a Agência também interditou a planta de Furado, no município de São Miguel dos Campos, que é gerida pela Origem.
A fiscalização da ANP aconteceu entre os dias 10 e 14 de junho e teve como base verificar o que determina a Nota Técnica emitida pela Superintendência de Segurança Operacional (SSO) da ANP em 1º de novembro de 2023.
A fiscalização averiguou falhas em casos de situação de emergência em um simulado de acidente, onde foi verificado o resfriamento dos tanques. Segundo a ANP, o risco de incêndio e explosão nas duas plantas seria altíssimo em caso de acidente.
A fiscalização detectou falhas em válvulas que controlam a pressão do ar nos equipamentos e ausência de alarmes sonoros para serem disparados em casos de emergência.
Quando o Polo de Furado pertencia à Petrobras, houve uma explosão, no ano de 2008, e quatro pessoas morreram. Os técnicos realizavam uma operação de rotina para evitar corrosão em uma tubulação, quando houve o vazamento de gás, seguido da explosão.
Origem desautorizada a produzir
Após a fiscalização, a ANP determinou que a Origem realize adaptações nos seus programas de segurança operacional. Desta forma, a Origem não está autorizada a produzir óleo e gás natural até que a documentação seja atualizada e enviada à Agência para validação e liberação.
A ANP informou ao Movimento Econômico que a unidade segue interditada e que a empresa vem apresentando a documentação solicitada para análise da Agência. “A empresa vem enviando à ANP as informações solicitadas pela Agência, que está analisando a documentação. Em alguns casos, há necessidade de solicitação de informações complementares. No momento, ainda não ocorreu nenhuma desinterdição”, informou a ANP.
Já a Origem disse por meio de nota que tem atuado para restabelecer as operações no Polo e que tem honrado todos os compromissos de fornecimento de gás, principalmente no Estado de Alagoas. “Gestora do Polo desde 2022, a Origem Energia passou por uma inspeção da ANP em suas instalações no período de 10 a 14 de junho para a verificação da conformidade do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional. Após a vistoria, a empresa recebeu alguns apontamentos para adaptações em programas de gestão da segurança operacional que estão sendo realizados e encaminhados à ANP”, diz trecho da nota.
Alagoas ainda não tem desabastecimento de gás
Apesar de um mês desde que a fiscalização aconteceu no estado, ainda não há sinais em empresas, condomínios e outros clientes que utilizam gás natural no estado de desabastecimento. A Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA) informou ao Movimento Econômico que ainda não houve nenhum comunicado do setor industrial do estado relatando desabastecimento de gás natural. A Federação disse ainda que monitora a situação no estado e espera que os problemas sejam sanados o mais breve possível.
Em outros setores, como de condomínios residenciais, também não há informação sobre falta de gás natural. A Agência de Gás de Alagoas (Algás), ainda não se pronunciou sobre o fato.
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