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“Industrialização não é prioridade no atual governo de AL”, diz presidente da FIEA

Para presidente da FIEA, Alagoas tem potencial para se tornar polo moveleiro
Presidente da FIEA, José Carlos Lyra
Industrial José Carlos Lyra ficará à frente da Federação das Industrias de Alagoas até 2026. Foto: Felipe Brasil

Com mandato até 2026, o empresário José Carlos Lyra de Andrade, presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA), é o entrevistado do Movimento Econômico. Ele avaliou o panorama do setor industrial em Alagoas, assim como medidas recentes do governo Lula, o impacto da Reforma Tributária nos estados nordestinos e também falou sobre o trabalho da FIEA para o crescimento da indústria alagoana.

Lyra também avalia a relação do setor industrial com o Governo do Estado e lamentou a falta de prioridade da gestão estadual com os empresários da indústria alagoana.

Confira a entrevista:

Movimento Econômico: Alguns especialistas têm defendido que a Reforma Tributária prejudica os estados nordestinos, pois acabaria com os incentivos fiscais para atração de novas indústrias. Qual sua opinião sobre o impacto da reforma em Alagoas?

José Carlos Lyra: Não acho que a proposta traga prejuízo aos estados nordestinos. Ela terá impacto em muitos setores, mas tem pontos positivos que precisam ser ressaltados, como a simplificação tributária, que compensa a queda de incentivos.

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ME: O Governo Federal lançou o programa Nova Indústria Brasil, que pretende impulsionar o setor no país até 2033. É uma medida importante para fortalecer o setor. Ele agrada ao setor industrial alagoano?

JCL: O programa Nova Indústria é um ação importante, destinada à expansão da capacidade e modernização do parque industrial brasileiro. Nós da FIEA estamos atuando de maneira forte para que as indústrias já instaladas se ampliem e se modernizem, e para atrairmos novos investimentos.

ME: O Rio Grande do Sul enfrenta severos problemas decorrentes das chuvas que devastaram o estado mês passado. Sabemos que as mudanças climáticas contribuíram para todo o processo no Sul do país, então como o setor industrial de Alagoas está debatendo políticas de preservação ambiental? Há ações sendo realizadas pela FIEA em conjunto com os governos estaduais e municipais?

JCL: Os projetos de preservação ambiental estão entre as nossas prioridades. Continuamente defendemos ações que contribuam para assegurar o meio ambiente, como a construção de barragens, forma de evitar as grandes enchentes, motivo da devastação que observamos.

Presidente da FIEA, José Carlos Lyra
Para José Carlos Lyra, Alagoas tem potencial para atrair novos investimentos. Foto: Felipe Brasil

ME: Como é a relação com o Governo do Estado na promoção de ações para desenvolvimento do setor industrial em Alagoas? A indústria é um dos setores mais importantes da economia alagoana, responsável por uma fatia considerável do PIB, então qual avaliação ou projetos tem sido desenvolvidos em parceria com o Executivo Estadual?

JCL: Com o governo anterior tivemos um grande trabalho em prol do desenvolvimento do setor industrial alagoano. Lamentavelmente, no atual, a industrialização não está sendo prioridade.

ME: Com relação à diversificação da indústria em Alagoas, como a FIEA avalia esse processo? Alagoas tem potencial para crescer e atrair indústrias de outros segmentos que não sejam de alimentos e da cadeia do plástico?

JCL: Alagoas tem sim potencial para seu desenvolvimento e atração de indústrias. Temos potencial para energias renováveis, que inclusive já estão em andamento, e a cadeia de móveis, com a produção de eucalipto e a perspectiva de implantação da Duratex. Nosso Estado pode se tornar um grande polo moveleiro, tendo a FIEA como incentivadora dessa implantação.

ME: A FIEA é uma instituição respeitada e com décadas de atuação em Alagoas. Qual avaliação o senhor faz da sua gestão? Há incentivos ou já existem núcleos para captar jovens empresários a se envolver com a defesa da indústria alagoana? Como anda esse movimento de captação da força jovem empresarial?

JCL: Temos sim investido na renovação dos sindicatos, no surgimento de lideranças jovens. Um exemplo é o Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Alagoas, comandado por jovens comprometidos em alavancar o setor leiteiro, e toda a cadeia produtiva alagoana.

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