Ciro Brasil, do Observatório de Sergipe: “Ano passado foi bom para o comércio sergipano”. Foto: Dayanne Carvalho
Sergipe fechou o ano de 2024 com um aumento de 5,8% no volume de vendas, o que o coloca em 12º lugar no ranking nacional, empatado com o Distrito Federal. Esses dados são da Pesquisa de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O subsecretário de Estudos e Pesquisas da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan) e responsável pelo Observatório de Sergipe, Ciro Brasil, destacou que o ano passado foi bom para o comércio sergipano. A mesma opinião tem o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Elison Bomfim.
De acordo com a PMC, o setor varejista registrou uma variação positiva de 0,7% em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Em comparação com o mês de dezembro de 2023, o crescimento foi de 3%. Quanto à receita nominal do varejo, em dezembro houve um acréscimo de 2% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, a alta foi de 8,1%. O acumulado no ano também apontou crescimento de 9,5%.
A pesquisa mostra, segundo Ciro Brasil, que “há uma evolução nos últimos anos, também na parte de serviços, emprego e demais áreas econômicas”. Para ele, “o momento econômico está favorável e Sergipe, como é um pequeno estado, vai muito bem a reboque desse crescimento. Recentemente, houve um alto pagamento de precatórios, o que foi importante para a economia local”.
Em dezembro do ano passado, o estado de Sergipe aportou R$ 370,482 milhões no pagamento de precatórios, 76% a mais do que os R$ 209,867 milhões pagos em 2023. Precatório é o documento judicial que obriga municípios, estados e a União a pagarem dívidas com o cidadão, cujas ações judiciais estejam finalizadas. A quitação dessas dívidas dá credibilidade junto a investidores e promove o crescimento econômico do ente federado.
Com o dinheiro dos precatórios circulando e as diversas promoções feitas pelas entidades empresariais, os consumidores foram às ruas. A pesquisa do IBGE revela que, nas atividades de veículos e material de construção, o volume de vendas no estado apresentou um crescimento de 1,7% em relação a novembro. Frente ao mês de dezembro de 2023, o comércio varejista ampliado aumentou 3,3%. O acumulado no ano cresceu 6,5%.
A receita do varejo ampliado fechou o mês com aumento de 3,7% em comparação a novembro. Já em relação ao mesmo período de 2023, o aumento foi de 8,2%. A variação acumulada no ano apontou crescimento de 9,7%.
Varejo e turismo
O presidente do CDL, Elison Bomfim, ressalta que o crescimento do comércio no ano passado foi positivo e que alguns setores cresceram mais do que outros. Ele cita, por exemplo, as vendas nas farmácias, que aumentaram 14%. “O incremento do turismo em Sergipe e as promoções, como o Natal Iluminado, foram importantes para o comércio varejista, pois houve um grande fluxo de clientes nas ruas. Eu costumo chamar isso de ‘dinheiro novo’, pois não o tínhamos antes”, disse.
Mesmo com o crescente comércio digital, Elison afirma que a procura por uma loja física ainda é importante, pois as pessoas estão precisando do contato umas com as outras. “Elas não precisam só do automático, mas do olho no olho, e cabe ao empresário entender qual é a dúvida do seu cliente, qual a dificuldade dele e saná-la. O empresário tem que investir em tecnologia para ter velocidade no fechamento da venda e oferecer um atendimento personalizado”, explicou.
Sobre a PMC
A Pesquisa Mensal de Comércio, realizada pelo IBGE, produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no Brasil, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista. A pesquisa foi iniciada em janeiro de 1995, apenas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, produzindo indicadores de faturamento real e nominal, pessoal ocupado, salários e outras remunerações.
O estudo abrange todas as unidades da federação, levando em consideração, desde o ano de 2017, o ano de 2014 como ano-base. Para o Observatório de Sergipe, esta e as demais pesquisas divulgadas pelo IBGE são fundamentais para a mensuração do crescimento econômico e social do Estado.
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