O Complexo Industrial Portuário de Suape chega neste dia 7 de novembro aos 45 anos completamente inserido nas pautas da descarbonização e da sustentabilidade. A gestão do terminal concluiu o inventário de carbono feito sobre os 8 mil hectares de área verde e vem analisando os dados, que em breve se tornarão públicos. Além disso, com apoio da Unesco, Suape avança ainda sobre o social.
O presidente do porto, Márcio Guiot, diz que a gestão vem estudando formas de capitalizar a absorção de CO2 através do desenho de uma política de carbono. Essa política dará metas às 83 indústrias do complexo e dirá como devem fazer suas compensações no próprio território de Suape.
Em paralelo, Suape está terminando um estudo de materialidade para identificar o impacto causado por todos que se inserem no complexo, incluindo as 83 indústrias. Com esse levantamento será possível traçar metas, tanto do lado social como ambiental, e identificar quais dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas para 2030, serão priorizados no complexo.
Suape é mais que um porto: são 17 mil hectares, 5 zonas diferentes de atividades – industrial, portuária, de serviços, cultural e ambiental -, com quase 18 mil pessoas morando em seu território. “Nunca trabalhei numa prefeitura, mas deve ser muito parecido. Suape tem questões que envolvem desde o regulatório à pavimentação de ruas nas comunidades do entorno”, revela Márcio Guiot.
Suape e Unesco
A preocupação com o lado social é crescente. O plano diretor original de Suape não contemplava pessoas morando no complexo. O atual, teve que considerar. E tem muita gente que vive em Suape que não quer trabalhar no porto ou na indústria, mas com agricultura domiciliar, pesca, cultura, artesanato. Na visão de Guiot, é preciso criar maior sinergia com essas pessoas. Neste sentido, a direção pretende fazer a gestão do território de forma integrada com empresas e pessoas. Um plano que vem avançando com ajuda da Unesco.
O projeto com a Unesco visa capacitar as pessoas que preferem trabalhar com atividades ancestrais, como cultura e artesanato, por exemplo, para que possam elaborar projetos que se encaixem nas diretrizes das indústrias. E estas seriam as patrocinadoras das ações com base em mecanismos de incentivos já existentes. Hoje, a principal fonte de receita de Suape vem da atividade portuária, mas há toda uma gestão do território que demanda recursos e precisa ser sustentável.
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