Alagoas teve um crescimento de 3,82% no número de empresas abertas no estado ao longo de 2024. Segundo dados da Junta Comercial de Alagoas (Juceal), foram registradas 36.991 novas empresas, sendo que a maioria delas foram de Microempreendedores Individuais (MEI). Vestuário e beleza são alguns dos segmentos com mais novos negócios no estado.
Em números absolutos, a Junta Comercial registrou 27.219 registros de MEIs, que representa um crescimento de 2,75% na comparação com os dados do ano anterior.
As Microempresas (ME) totalizaram 6.921, aumentando em 3,61% na comparação dos dados; também foram registradas 1.771 novas empresas de pequeno porte (EPP), que aumentou 17,91% no comparativo, e por fim a Juceal registrou outros 1.080 empreendimentos sem porte.
Para o presidente da Juceal, Ricardo Dória, a evolução do número total das aberturas empresariais é motivo o suficiente para comemorar o trabalho promovido no ano de 2024, que ainda contou com o recorde da história de Alagoas em relação ao tempo médio para registro de um negócio.
“Alagoas tem mostrado que é um estado propício para o investimento, e a Junta Comercial é a porta de entrada para esses negócios todos. Ao mesmo tempo em que registramos mais empresas, diminuímos o tempo para abertura. Em 2024, a Juceal atingiu o recorde de 13h32 para se constituir um negócio”, enfatiza.
Comércio impulsionou abertura de MEIs em Alagoas
Atividades ligadas ao comércio, como lojas de roupa, atividades de transporte, cabeleireiros e manicures, ganharam destaque entre os tipos de pequenos negócios que mais iniciaram suas atividades no estado.
Segundo a Junta Comercial, os maiores números foram para as atividades de comércio varejista de artigos do vestuário (1.445 empresas); outras atividades auxiliares dos transportes terrestres (1.393); promoção de vendas (1.343); cabeleireiros e manicures (1.108); serviços de malote (1.108); lanchonetes (766); e transporte rodoviário de carga (759).
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecoméricio AL) divulgou dados destacando o ramo da beleza, sobretudo com o número relevante de microempreendedores cabeleireiros em atuação no estado e o crescente aumento de negócios neste segmento.
Alagoas possui 6.889 empresas cadastradas como prestadoras de serviços de cabeleireiro, manicure e pedicure. Destas, 3.854 estão localizadas em Maceió, sendo a segunda maior concentração em Arapiraca, com 621 empresas. Rio Largo (246) e Marechal Deodoro (151) ocupam, respectivamente, a terceira e a quarta posições. Os dados são do Data Sebrae e foram atualizados no último dia 8 de janeiro.
Do total de estabelecimentos, 5.583 são microempreendedores individuais (MEIs); número que equivale a 81%. Dos demais, 1.268 são microempresas, 33 empresas de pequeno porte e 5 em outras classificações empresariais. Os números mantêm a tendência percebida nas Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais, divulgadas em agosto de 2024 pelo IBGE, mas com dados relativos a 2022. Neste ano, o Brasil tinha 14,6 milhões de MEIs e, destes, 1,3 milhão estava cadastrado como ‘Cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza’. O número equivale a 9% do total de MEIs e responde por 88,7% da participação no total de ocupados, sendo que 34,4% desses microempreendedores atuam em sua própria residência.
BNB concedeu mais de R$ 400 milhões em crédito para MEIs e pequenos negócios
Segundo dados do Banco do Nordeste, em Alagoas a instituição concedeu aproximadamente R$ 479 milhões em crédito para pequenos negócios por meio do Crediamigo. Ao todo, o BNB realizou 261.769 operações de crédito no estado, garantindo que micro e pequenos negócios pudessem expandir ou iniciar suas operações com o benefício.
O microcrédito Crediamigo é direcionado para empreendedores individuais ou reunidos em grupos solidários, que atuam no setor informal ou formal em negócios no setor industrial, de comércio e serviços.
Mercado da beleza segue em expansão em Alagoas
Os dados da Junta Comercial mostram que o segmento de salões de beleza segue em crescimento no estado, o que demonstra que há espaço para novos negócios surgirem e conseguirem prosperar.
Um exemplo é o Ariel Cabelo e Corpo, empreendimento do cabeleireiro Ariel Fernandes. Com especialização em cortes, feminino e masculino, e em colorimetria, o profissional iniciou seus estudos na área aos 16 anos, foi instrutor durante 10 anos e hoje completa 40 anos de profissão.
Hoje a empresa gera sete empregos diretos, além de dispor de profissionais parceiros nas instalações do salão e Ariel lembra de quando surgiu seu espírito empreendedor.
“Ainda como instrutor do Senac, fui convidado a trabalhar no Via Brasil, um salão do Francisco Marasco, na Ponta Verde. Ali foi tirado um pano preto da minha cara e eu vi o quanto a minha profissão poderia me proporcionar um bem-estar, nascendo dentro de mim o espírito empreendedor”, relembra. Na época, Ariel aproveitava o que aprendia para colocar em prática em seu próprio salão no Feitosa, o qual, como ele mesmo diz, começou pequenininho.
“Mas aí eu já comecei a arrumar o salão, a dar cara de grande e a me comportar como grande. Daí surgiu um pensamento: quando você for pequeno, tenha jeito de grande, e depois que você se tornar grande, continue com algumas características do pequeno. Então cresceu em mim o aspecto empresarial e empreendedor”, complementa.
Para quem deseja atuar na área, a experiência profissional de Ariel já desmistifica uma ideia que pode passar na cabeça de todos os iniciantes: a de que o mercado já está ocupado.
““Você não pode chegar a 20, 30 ou 40 anos de profissão, por exemplo, e o teu negócio depender 100% da sua presença”, disse. Para ele, a organização é a principal chave para o sucesso, aliada ao que chama de conhecimento macro. “Você pode ser o melhor cabeleireiro do mundo, mas se não tiver organização, visão de marketing, não descentralizar e não investir em outros profissionais de outras áreas que possam incrementar o seu negócio e dar continuidade ao seu crescimento, você vai cometer um grande erro e vai ter problemas no futuro”, analisa.
Leia mais: Primeira etapa das obras do aeroporto de Maragogi será entregue em fevereiro