A exploração de petróleo nas águas da Margem Equatorial pode criar até 300 mil postos de trabalho diretos e indiretos no Norte e Nordeste, segundo previsões publicadas no site da Petrobras. Essa faixa vai do litoral do Rio Grande do Norte até o Amapá e tem uma estimativa de abrigar entre 15 e 17 bilhões de barris de petróleo no subsolo. “O impacto será gigantesco. Vai gerar riqueza, royalties e provavelmente vai surgir um novo hub de negócios que deve ficar no Nordeste, provavelmente no Ceará”, comenta o organizador do “Oil & Gas Summit – Margem Equatorial e Transição Energética”, Carlos Logulo.
O evento será realizado em Fortaleza em março de 2025. A argumentação de Carlos é de que, entre os Estados que fazem parte da margem equatorial, o Ceará apresenta uma infraestrutura melhor com o Porto de Pecém, que tem uma parceria com o Porto de Rotterdã, uma retroárea que pode receber novos empreendimentos, entre outros fatores. “Na Bacia de Campos, o local que concentrou o hub de negócios foi Macaé. Na margem equatorial, deve ser o Ceará”, reafirma.
Para o leitor ter uma ideia, o Brasil 15,8 bilhões de barris de petróleo provadas, segundo informações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Isso dá ideia da quantidade de investimentos que esta faixa litorânea deve receber. No próprio site da Petrobras, é estimado a perfuração de 16 novos poços entre 2024 e 2028 na margem equatorial, considerada o novo pré-sal. Neste período, a expectativa é de que ocorra, nesta área, um investimento de US$ 3,1 bilhões, que correspondem a mais de R$ 15,5 bilhões.
Nesta era da transição energética, Logulo defende que o mundo ainda vai precisar do petróleo – e seus derivados – por mais algumas décadas. O uso dos combustíveis fósseis contribuem para o aquecimento global e o mundo está preocupado em reduzir as emissões, mas este processo de substituição vai ocorrer de forma gradativa. Segundo Carlos, não dá para desprezar a exploração de um futuro negócio deste porte.
“A margem equatorial é o nascedouro de uma grande oportunidade de negócios para o País como um todo, mas especialmente para os Estados que mais se destacam na região, como Ceará, Bahia e Pernambuco”, comenta. No raciocínio dele, estes Estados têm uma indústria e serviços mais estruturados que poderão apresentar uma sinergia com as empresas que vão explorar a margem equatorial.
Os ambientalistas criticam muito a exploração da margem equatorial, porque se houver qualquer problema, como vazamento de óleo, pode atingir áreas da Amazônia. No site da Petrobras, informa que a empresa vai usar algumas das tecnologias mais modernas para fazer esta exploração.
O “Oil & Gas Summit – Margem Equatorial e Transição Energética” pretende debater os benefícios potenciais da exploração da Margem Equatorial para a economia brasileira.
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