A startup Estadia Afetiva, criada pela designer pernambucana Raquel Uchoa, acaba de receber aporte de 50 mil euros para dar início ao processo de internacionalização. A plataforma vem para conectar quem deseja alugar espaço para temporada. E se diferencia do AirBNB pela proposta de agregar serviços e design à experiência do cliente.
Quando começou a colocar em prática sua ideia, em 2015, Raquel alugava espaço em sua própria casa. “Morei em vários lugares neste desde então e sempre reformava algum local para acomodar hóspedes”, conta. Seis anos depois, ela teve a ideia de fazer o mesmo com imóveis de terceiros e começou a divulgar sua proposta nas redes sociais. Logo, criou um cadastro e começou a administrar as locações. “Eu sempre fazia alguma intervenção nos espaços para deixá-los mais adequado”, conta.
“Quando cheguei a 20 imóveis cadastrados, tive que tirar o Creci (registro que todos os corretores devem obter para exercer a profissão no mercado imobiliário) e virei corretora oficialmente”.
No ano seguinte, a startup foi selecionada pela aceleradora Jump, do Porto Digital, o ecossistema de inovação do Recife, porque seu negócio foi considerado “inovador, escalável e em fase de tração”. De lá para cá, Raquel atraiu dois sócios, um deles morador de Portugal, país para onde a empreendedora embarca nos próximos dias com objetivo de cadastrar imóveis e internacionalizar seu produto.
Diferencial da startup
“O nosso diferencial é que, como designer de formação, levei minha experiência aos espaços para torna-los mais aconchegantes. Percebi, nestes anos, que as pessoas gostam de se sentir em casa. E isso agrega valor ao produto”, disse Raquel.
A Estadia Afetiva terá uma plataforma, que está em construção, onde poderão ser vistos os imóveis e que irá além do aluguel dos espaços. O App vai oferecer dois tipos de serviços: os essenciais – encanador, eletricistas etc-, que serão bancados pelo proprietário, e os extras – manicure, barman, cozinheiro etc -, cuja contratação ficará por conta do cliente. “Desta forma, ainda ajudaremos à economia da comunidade do entono”, acrescenta Raquel Uchoa.
O perfil empreendedor de Raquel Uchoa vem desde muito cedo. “Com sete anos fui visitar a minha família paterna em Curitiba e aprendi com minha avó a fazer tricô e crochê. Voltei a Recife e criei uma linha de pulseirinhas para oferecer aos meus colegas na escola. Até curso dei para rentabilizar a nova atividade. Meu pai tomou um susto no dia que viu a latinha que eu levava para a escola: lá estavam um caderninho com despesas, receitas, lucro e encomendas, a agulha de crochê, linhas coloridas e muito dinheiro”, recorda.
Foi aí que Raquel captou seu primeiro investimento. “Meu pai correu para uma loja de aviamentos e me abasteceu com mais novelos de linhas, em várias cores”.
Com a Estadia Afetiva, a empreendedora rentabilizou R$ 300 mil, sem nenhum capital de giro e sem tecnologia. Portugal agora entra em seus planos: “Vou para as cidades de Aveiro, Porto, Lisboa, Villa do Conde e Viana do Castelo com a Startup estruturada, sócio, investidores e equipe para fazer história no Brasil e na Europa”, diz.