B3 sai em defesa da diversidade de gênero em conselhos de administração

As empresas teriam até 2 anos, após a norma entrar em vigor, para se adequarem às regras.
diversidade na empresa
Foto: Pexels

Uma proposta em discussão pela B3, operadora da bolsa de valores do Brasil, quer estabelecer regras para aumentar a diversidade de gênero e de representatividade em cargos de alta liderança nas empresas brasileiras.

A proposta foi colocada em audiência pública na semana passada e pretende fazer com que as companhias listadas na B3 elejam ao menos uma mulher e um integrante de um grupo minorizado para exercer um cargo no conselho de administração ou na diretoria estatutária. Como integrantes desse grupo minorizado, a B3 listou pessoas pretas ou pardas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência.

Até o dia 16 de setembro, a B3 receberá contribuições da sociedade para o estabelecimento dessas regras por meio do e-mail da entidade. A previsão é de que o texto final, já com as regras determinadas, possa entrar em vigor no ano que vem.

Segundo a B3, a proposta prevê que as companhias que não conseguirem avançar nessa ação terão que indicar ao mercado e aos investidores em geral os motivos que inviabilizaram essas regras, em um mecanismo conhecido como ‘pratique ou explique’. As empresas teriam até 2 anos, após a norma entrar em vigor, para se adequarem às regras. Ou seja, até 2025 elas precisam comprovar a eleição do primeiro membro ou apresentar justificativas para o não cumprimento da medida.

Das 423 companhias listadas atualmente na B3, cerca de 60% não têm nenhuma mulher entre seus diretores estatutários e 37% não têm nenhuma mulher em seu conselho de administração. Ainda não há dados sobre raça e etnia, mas um levantamento feito com 73 companhias mostrou que 79% delas responderam ter até 11% de pessoas negras em cargos de diretoria.

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Pesquisas

A ausência de diversidade de gênero nos conselhos de administração é um aspecto que tem chamado atenção globalmente e tem sido tema de várias pesquisas recentes. Uma delas, da KPMG, aponta que sete entre dez executivos avaliam que a falta de diferentes pontos de vista no conselho de administração onde atuam dificulta a identificação de pontos cegos sobre questões estratégicas. 

Os brasileiros, porém, se mostraram menos sensíveis ao tema, quando comparados a seus pares globais. Enquanto no Brasil o tema é relevante para 58% dos respondentes locais, lá fora essa afirmação é feita por 73% dos executivos.

A ONG Catalyst também fez um mapeamento. No estudo Women CEOs of the S&P 500, a instituição revelou que apenas 33 mulheres (6,6%) eram Chief Executive Officers no universo das 500 maiores empresas listadas no índice Standard & Poors, enquanto que, em apenas 30% das organizações, há presença feminina nos conselhos de administração. Os dados são de janeiro de 2022.

*Com informações da Agência Brasil

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