Rede vem surfando na onda da estética facial, depois que o Conselho Federal de Odontologia (CFO) reconheceu a harmonização orofacial como uma especialidade da odontologia
Por Patrícia Raposo
Quase dois anos após o Conselho Federal de Odontologia (CFO) reconhecer a harmonização orofacial como uma especialidade da odontologia, o interesse dos profissionais do setor pelo novo viés de negócio vem crescendo pelo país, o que fez uma rede criada em Pernambuco se tornar a maior do Nordeste. A Ortoestética deve fechar 2021 com 300 unidades comercializadas no Brasil.
Contribuem para esse cenário um universo de 300 mil dentistas em atividade, o crescimento das redes sociais e a facilidade de pagamento dos procedimentos, com planos que permitem até três aplicações de botox ao ano. A oferta de mão de obra tanto ajuda a impulsionar vendas de franquias como permite aos dentistas fraqueados montarem com facilidade suas equipes.
A exposição permanente nas redes sociais impulsiona os investimentos na aparência, principalmente entre aqueles que são influenciadores digitais, com crescente adesão do público masculino. “A busca pela lente de contato dental e pelo botox supera a da cirurgia plástica”, revela o sócio fundador da Ortoestética, Manoel Alvino Filho, acrescentando que a previsão de crescimento do mercado da estética facial para 2021 chega perto dos 190%.
Isso explica o ritmo acelerado de inaugurações na rede. “Esta semana serão inauguradas as clínicas Belfort Roxo (RJ), Jundiaí (SP) e Ressurreição (PI)”, diz Alvino.
Fundada há 16 anos, a Ortoestética atua há dez no segmento de franquias. Já são 200 clínicas comercializadas em 22 estados. Segundo Manoel Alvino, o modelo de franquia foi idealizado com o propósito de transformar dentistas em empreendedores. “O franqueado recebe um software para gerenciamento da clínica, treinamentos e acesso a fornecedores que praticam valores menores pelos produtos necessários à operação”, revela, acrescentando que os royalties são fixos, independente do faturamento.
A partir de um investimento de R$ 40 mil é possível adquirir uma franquia, mas o custo com a montagem da clínica varia de acordo com o porte, assim como o retorno do capital investido leva entre 18 e 36 meses para acontecer. A lucratividade gira entre 20% e 35% depois do ponto de equilíbrio alcançado.
Caso o dentista já tenha uma clínica, ele pode aderir ao modelo de franquia por conversão e adaptar seu espaço para o padrão da rede. Mas há casos em que, mesmo com uma clínica ativa, o projeto tem que começar do zero. “Se a clínica estiver num ponto ruim ou muito distante do padrão de qualidade da rede, por exemplo”, explica o gestor.
O modelo de conversão tem dado grande força ao crescimento da rede, porque permite a profissionalização de um negócio que já existe e isso implica em menores custos de investimentos para o franqueado.
Hoje, esse tipo de franquia responde por 70 clínicas da rede Ortoestética. “É uma transformação no negócio, porque o dentista deixa seu papel tradicional para se tornar gestor, coordenando uma equipe multidisciplinar. O modelo exige mentalidade empreendedora, uma atitude mais comercial, porque sem estratégia de atração de clientes não vai funcionar”, diz.