Os desafios da indústria de Shopping Center

Um cenário muito desafiador que recebe o novo presidente da Associação Pernambucana de Shopping Center (Apesce), José Luiz Muniz Por Patrícia Raposo Os shopping centers são equipamentos de fundamental importância nos grandes centros urbanos. Só na capital pernambucana, são seis – ainda há outros 14 espalhados por outras cidades do estado.  De um ambiente restrito […]

Um cenário muito desafiador que recebe o novo presidente da Associação Pernambucana de Shopping Center (Apesce), José Luiz Muniz

Por Patrícia Raposo

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Os shopping centers são equipamentos de fundamental importância nos grandes centros urbanos. Só na capital pernambucana, são seis – ainda há outros 14 espalhados por outras cidades do estado.  De um ambiente restrito a lojas, eles evoluíram para serviços e hoje são espaços multiuso. Durante a pandemia, foram alvo de duras restrições por serem espaços fechados, em sua grande maioria.

José Luiz Muniz, presidente de Apesce/foto: Gleysom Ramos

Agora, quase um ano e meio após os piores momentos da crise sanitária, eles enfrentam não só o desafio da retomada da confiança do público, mas de reduzir a vacância gerada pela crise econômica e ainda seguir se reinventando. Tudo isso em meio a um cenário de incertezas sobre os efeitos das vacinas, de instabilidade política e de grande apelo por uma reforma tributária que traga mais fôlego ao varejo.

É este cenário muito desafiador que recebe o novo presidente da Associação Pernambucana de Shopping Center (Apesce), José Luiz Muniz. Dirigente de dois equipamentos – Shopping Boa Vista e Shopping Petteo Olinda, o empresário passa a ocupar o lugar deixado por Paulo Carneiro, que esteve 13 anos no comando da entidade. Durante este tempo, José Luiz foi o seu vice-presidente, cargo que passa a ser ocupado agora por Eduardo Cardoso, presidente do Shopping Costa Dourada.  

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Numa conversa com a editora do Movimento Econômico, Patrícia Raposo, os empresários externaram as maiores preocupações da indústria de shopping neste momento: a ausência de um plano de desenvolvimento de longo prazo para a retomada da economia.

Os shopping centers ainda estão com movimento cerca de 20% abaixo dos níveis pré-pandemia e a vacância é uma realidade que incomoda. Os percentuais variam entre os estabelecimentos, porque cada shopping reagiu ao seu modo na negociação com os lojistas, assim como cada mix teve diferentes níveis de fôlego. Mas a média é de 2% a 5%, com os maiores percentuais encontrados nos maiores centros ou naqueles que abriram quando a crise sanitária batia à porta.

“Essa vacância não é fruto apenas da pandemia, mas também de uma crise que dura sete anos. Ela foi interrompida apenas em 2019, quando os lojistas ganharam fôlego, e logo o perderam com a chegada da covid-19. E isso só vai se resolver com a retomada da economia”, pontua José Luiz.

A reforma tributária é muito importante neste processo, porque traria mais equidade ao setor. “Temos que lembrar que o futuro do emprego está no varejo, nos serviços, porque as empresas estão cada vez mais automatizadas e é no varejo onde estão muitas micro e pequenas empresas, onde se consegue abrir novos negócios”, diz o presidente da Apesce.

E-commerce X shopping center

Como os novos dirigentes estão observando o e-commerce? Que desafios ele traz a aos centros de compras? Há espaço para mais shopping centers?

Eduardo Cardoso, vice-presidente da Apesce/Foto: divulgação

“O e-commerce não é para o mercado de shopping. Você não precisa de um equipamento como um shopping para ter um e-commerce, você precisa de um CD (centro de distribuição). O comercio eletrônico é um complemento no nosso serviço”, diz José Luiz.

Na visão de José Luiz, não é o e-commerce que está acabando com alguns centros de compras e sim a grande oferta desses equipamentos. “Os Estados Unidos têm 320 milhões de habitantes e 12 mil shoppings centers. Aqui temos 215 milhões de brasileiros com 600 shoppings. Temos quase 10 vezes mais público para um shopping que eles. Há uma previsão, feita em 2018, de que até 2022 cerca de três mil shopping centers irão fechar nos EUA. Não há espaço para tantos”.

Para manter o fluxo de público, é preciso se manter atrativo. Quando surgiram por aqui, na década de 80, esses centros de compras tinham apenas lojas. Com o tempo, surgiram cinemas, teatros, restaurantes, espaço para jogos, serviços médicos, eventos. O entorno também mudou. Foram agregados empresariais e hotéis. Em São Paulo já tem shopping com apartamentos. “Quanto mais qualidade de vida dentro do um centro comercial, mais ele se torna atrativo”, diz Eduardo Cardoso.

Estoque, treinamento e saber encantar o cliente, saber atender no físico com a mesma qualidade do digital. Esse é o segredo”, analisa Eduardo Cardoso.

“O Varejo sempre foi mutável. A palavra-chave do varejo é mudança. Mudança constante. E precisamos estar atentos e acompanhar essas mudanças, porque a população vai ficando mais velha, vai mudando os costumes, a cultura e precisamos acompanhar tudo isso”, diz Muniz.

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