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Grupo Moura quer tracionar uso de baterias de lítio no Brasil

Depois de garantir o fornecimento para caminhões da VW, grupo pernambucano quer entrar no ramo de ônibus, impulsionando a nova onda da mobilidade elétrica no país Por Patrícia Raposo A Baterias Moura aposta na ampla aceitação da nova linha de caminhões elétricos da Volkswagen, para a qual está fornecendo sistemas de baterias de lítio, como […]

Depois de garantir o fornecimento para caminhões da VW, grupo pernambucano quer entrar no ramo de ônibus, impulsionando a nova onda da mobilidade elétrica no país

Por Patrícia Raposo

O Grupo Moura integra o e-Consórcio, projeto inovador liderado pela Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO)/Fotos: Divulgação

A Baterias Moura aposta na ampla aceitação da nova linha de caminhões elétricos da Volkswagen, para a qual está fornecendo sistemas de baterias de lítio, como indutora do crescimento desta tecnologia no Brasil e anuncia que está pronta para atender ao segmento de ônibus. O projeto da VW é pioneiro no País e na América do Sul, com os primeiros veículos desenvolvidos localmente em produção de larga escala.

Fernando Castelão, diretor geral da Divisão de Lítio da Moura

O Grupo Moura integra o e-Consórcio, projeto inovador liderado pela Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), que impulsionará a produção de caminhões elétricos no Brasil. A Moura fornece os sistemas de baterias de lítio e seus componentes em parceria com a chinesa Contemporary Amperex Technology Co. Ltd. (CATL) para o e-Delivery, o primeiro caminhão elétrico do Brasil, a ser produzido a partir deste semestre.

Fernando Castelão, diretor geral da Divisão de Lítio da Moura, criada em 2017, explica que esse projeto com a VW é o principal a sair do formo. Sua expectativa é de que o mercado cresça 15 vezes nos próximos 10 anos, embora o governo federal não tenha nenhuma política clara para esse segmento.

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O Brasil produziu no ano passado menos de 20 mil veículos elétricos híbridos e neste universo, menos de mil eram totalmente elétricos. Ainda que o governo não olhe para os avanços necessários na indústria automotiva, as mudanças virão por osmose. “O que vai acontecer no mundo é que indústria automotiva migrará para a eletrificação e os carros no Brasil, sendo de plataforma mundiais, seguirão nesta linha”.

Hoje, embora cerca de 70% da frota nacional seja de veículos flex, a gasolina ainda predomina na preferência dos motoristas – apenas 30% usam o etanol como opção de combustível. E isso num cenário em que o Acordo de Paris pressiona governos para redução da emissão de carbono.

Ônibus

A Moura já produz baterias para empilhadeiras e para armazenamento de energia e muito em breve terá uma linha de produção para telecomunicação e geração solar. Fernando Castelão explica que a empresa está pronta para produzir sistemas de baterias de lítio para ônibus elétricos também.

Como cada veículo tem uma demanda energética e um espaço físico diferente, o projeto deste sistema de baterias é customizado para cada veículo. “O preço de partida desses veículos ainda sairia caro, mas considerando que um ônibus em Recife, por exemplo, rode cerca de 250 km por dia, a diferença se paga com o uso”, explica, lembrando que hoje, 50% dos ônibus vendidos no mundo já são elétricos.

“Se não tivermos uma política industrial focada, se deixamos passar o tempo, nossa indústria ficará sucateada neste sentido. Não temos como fugir da eletrificação. Ela virá. Ou vira via importação e ou algum momento teremos que viabilizar a produção local”, reflete Castelão.

Caminhões

Produzidos em Belo Jardim, região Agreste de Pernambuco, com componentes CATL e também com componentes nacionais, os sistemas de baterias fornecidos a VW atenderão aos modelos e-Delivery de 11 toneladas e 14 toneladas. A bateria utiliza a química Lítio, Ferro e Fosfato (LFP), que se destaca por seu maior tempo de vida útil e maior densidade energética, além de ampla capacidade para suportar ciclos profundos (recargas totais após descargas completas), sem oscilações em seu desempenho.

Após a produção em Pernambuco, os sistemas seguem para a fábrica da VWCO em Resende, no Rio de Janeiro, onde a Moura instalou parte de sua equipe para a montagem da bateria e comissionamento do veículo de alta voltagem. O comissionamento é quando o veículo elétrico é energizado pela primeira vez, exigindo procedimentos específicos para lidar com tensões superiores a 600V.

Além de toda produção dos sistemas, a Moura junto com a VWCO também deverá viabilizar a destinação final adequada e/ou reciclagem das baterias ao fim da sua vida útil. “A Moura será a responsável por toda cadeia envolvendo as baterias de lítio: do suporte técnico ao projeto, logística e importação de componentes, montagem dos sistemas de baterias e sua instalação nos veículos na fábrica da VWCO seguida da energização dos caminhões, assistência técnica e destinação final”, destaca Castelão.

Com 63 anos e sete plantas industriais – seis no Brasil e uma na Argentina – o Grupo Moura persegue o objetivo de ser a empresa brasileira com as tecnologias mais avançadas para eletrificação veicular.

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