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A produção industrial brasileira avançou 3,1% em 2024, com 17 dos 18 estados pesquisados registrando crescimento, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Nordeste, a média regional foi de 2,5%, mas alguns estados tiveram desempenhos acima da média nacional, impulsionando a recuperação da indústria na região. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada nesta terça-feira (11).
O Rio Grande do Norte apresentou o maior crescimento da região, com uma alta de 7,4% na produção industrial, impulsionada pelo setor de refino de petróleo e fabricação de óleo diesel. O Ceará também registrou forte avanço, crescendo 6,9%, beneficiado pela produção de calçados, confecções e artigos de couro.
Já Pernambuco teve um crescimento de 4,6%, superando a média nacional, com destaque para o setor de alimentos e bebidas. A Bahia, apesar de um desempenho mais modesto, fechou o ano com um avanço de 2,7%, impulsionado pelo setor químico e petroquímico.
O crescimento de 3,1% na produção industrial do Brasil foi influenciado pela demanda interna e pelo aumento da produção de bens intermediários, como produtos químicos, metalurgia e o setor automotivo. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná também apresentaram desempenhos positivos, contribuindo para o crescimento do setor.
“Em 2024, o avanço verificado na indústria nacional aconteceu tendo uma baixa base de comparação em 2023, o que favorece o crescimento nesse tipo de avaliação. Regionalmente, houve um ganho de ritmo na indústria, com expansão em quase todos os locais pesquisados”, destaca Bernardo Almeida, analista da pesquisa.
São Paulo exerceu a principal influência no acumulado do ano, com um crescimento de 3,1%. “Esse resultado pode ser explicado pelo desempenho dos setores de veículos automotores (produção de autopeças, automóveis, caminhão-trator para reboques, semirreboques e caminhões) e de outros produtos químicos (produção de fungicidas para uso na agricultura, e de preparações capilares)”, explica Bernardo. Ele lembra que a indústria paulista teve comportamento semelhante ao observado no cenário nacional, ou seja, com moderação.
Goiás (2,6%), Região Nordeste (2,5%), Maranhão (2,5%), Minas Gerais (2,5%), Rio Grande do Sul (0,6%) e Rio de Janeiro (0,1%) também registraram crescimento na produção no índice acumulado em 2024.
Com um recuo de 1,6%, o Espírito Santo foi o único local que apresentou resultado negativo no índice acumulado no ano. Isso ocorreu, principalmente, devido ao desempenho das atividades de indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo) e de celulose, papel e produtos de papel (celulose).
Perspectivas da produção industrial para 2025
O setor industrial segue em trajetória de recuperação, e a expectativa para 2025 é de continuidade no crescimento, impulsionado por investimentos na modernização das cadeias produtivas e ampliação da capacidade fabril. No Nordeste, estados como Rio Grande do Norte e Ceará devem continuar ganhando protagonismo, consolidando suas indústrias como pilares do crescimento econômico regional.
Na comparação com o mês anterior, em dezembro de 2024 a produção industrial teve variação de -0,3%, em sete dos 15 locais pesquisados mostrando resultados negativos. Trata-se do terceiro resultado negativo em sequência, causando perda acumulada de 1,2%. As quedas mais expressivas ocorreram no Pará (-8,8%) e no Ceará (-6,8%). A indústria paraense eliminou parte do ganho de 14,7% acumulado nos meses de outubro e novembro de 2024, enquanto o Ceará registrou perda de 8% em dois meses consecutivos de queda na produção.
Mato Grosso (-4,7%), Paraná (-4,1%) e Rio de Janeiro (-1,1%) também tiveram taxas negativas mais intensas do que a média nacional (-0,3%). São Paulo (-0,2%) e Minas Gerais (-0,1%) completaram a lista de locais com índices negativos em dezembro de 2024.
A variação negativa em São Paulo foi provocada, em grande parte, pelos setores de alimentos, veículos automotores e produtos químicos. Com isso, a indústria paulista está 1,6% abaixo de seu patamar pré-pandemia e 23,6% abaixo de seu nível mais alto, alcançado em março de 2011.
“O aumento da inflação e da taxa de juros atenuaram os efeitos positivos da melhora no mercado de trabalho, predominando, dessa forma, a cautela na produção industrial em dezembro”, afirmou Bernardo Almeida.
No sentido oposto, Amazonas (4,3%), Espírito Santo (4%) e Pernambuco (3,9%) apresentaram expansões mais intensas no último mês do ano, com o primeiro estado intensificando o avanço observado em novembro último (3,2%), o segundo, interrompendo dois meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou perda de 9,1%, e o terceiro, acumulando ganho de 5,9% em dois meses consecutivos de crescimento. Bahia (2,8%), Região Nordeste (1,4%), Goiás (0,8%), Rio Grande do Sul (0,7%) e Santa Catarina (0,5%) mostraram os demais resultados positivos em dezembro.
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