Bahia cai 3,5% e puxa para baixo produção das indústrias do NE: confira

Entenda o retrato mais recente e também uma visão dos últimos 12 meses sobre a produção das indústrias do Nordeste. A região não está bem na foto
Produção das indústrias: Bahia sofre efeitos da instabilidade no mercado de commodities
Produção das indústrias: em abril, a Bahia teve retração em 5 das 11 atividades analisadas pelo IBGE, incluindo petróleo e derivados/Foto: SEI (Divulgação)

Apesar do crescimento em quatro dos estados pesquisados na região, a produção das indústrias do Nordeste foi fraca em abril passado comparado ao mesmo mês de 2023. Houve um avanço tímido, de 2,6%, muito abaixo da média do país (8,4%).

A performance pífia foi influenciada principalmente pela queda de 3,5% na Bahia, líder entre as economias nordestina e com o maior peso na indústria regional. A taxa negativa do setor fabril baiano acabou anulando grande parte do impacto da expansão registrada no Rio Grande do Norte (25,6%) – maior incremento em todo o Brasil – Pernambuco (13,2%), Ceará (12,3%) e Maranhão (7,6%).

Os dados fazem parte da edição mais recente da Pesquisa Indústrial Mensal-Produção Física (PIM-PF) Regional , produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgada nesta sexta-feira (14).

Em relação às regiões que tiverem crescimento, a área técnica do IBGE explica que o comportamento das fábricas potiguares, no período, foi impactado pelos segmentos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, confecção de artigos do vestuário e acessórios e produtos alimentícios (com destaque para a castanha-de-caju).

Em Pernambuco, diz o instituto, a taxa foi influenciada pelos segmentos de indústria automobilística, produtos alimentícios (massas alimentícias, açúcar refinado de cana-de-açúcar, biscoitos e bolachas e rações) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (com destaque para as baterias automotivas).

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O que acontece na produção das indústrias da Bahia?

No comparativo abril 2024/abril 2023, a indústria baiana apresentou recuo na produção de cinco das 11 atividades pesquisadas pelo IBGE. A diminuição aconteceu justamente nos segmentos mais representativos do setor fabril da Bahia.

A queda mais importante aconteceu na área de derivados de petróleo (-11,4%) – coração da economia estadual. Houve retração no volume de gasolina, óleo combustível e gás liquefeito de petróleo (GLP).

As outras áreas que tiveram variação negativa foram metalurgia (-33,8%), produtos químicos (-2,2%), produtos de minerais não metálicos (-6,3%) e celulose, papel e produtos (-1,1%).

Numa visão mais ampla, a indústria baiana vem sofrendo principalmente com os efeitos da redução de demanda no mercado internacional de petróleo e derivados e outras commodities. Outro fator que contribui para o baixo desempenho do setor industrial no estado é o impacto continuado do fechamento da Ford Camaçari, em janeiro de 2021.

Produção das indústrias do NE também é fraca no quadrimestre

O estudo do IBGE aponta que a produção das indústrias do Nordeste também não demonstrou fôlego no primeiro quadrimestre do ano. No acumulado janeiro a abril frente ao mesmo período de 2023, a expansão na região foi de apenas 0,6%, enquanto a média nacional chegou a 3,5%.

Na análise quadrimestral, houve crescimento nos cinco estados nordestinos que integram o levantamento. O Rio Grande do Norte teve o maior salto em produção física no Brasil (24,4%). O Ceará apresentou expansão de 12,3%, Pernambuco, 3,1%, a Bahia, 1,6%, e o Maranhão, 1,4%.

Assim como na comparação mensal, o resultado da indústria baiana foi determinante para a média da região.

Produção das indústrias: como foi o NE na passagem março/abril?

Na passagem de março para abril, Pernambuco (12,2%) teve a segunda maior taxa de crescimento do Brasil. O Ceará apresentou incremento de 3,9%. Mas a Bahia, com uma retração de 5,4%, contaminou a média regional (-0,1%). Ainda assim, a diminuição da produção das indústrias nordestinas foi menos intensa que a do Brasil (0,5%).

Nordeste tem recuo na produção das indústrias em 12 meses

O comparativo do acumulado de 12 meses até abril frente ao período imediatamente anterior permite uma avaliação mais apurada sobre a tendência da produção das indústrias do Nordeste. Nessa análise, houve um oscilação negativa de 1,9%, que contrasta com o crescimento médio de 1,5% no Brasil. O diagnóstico final é que o setor fabril regional não vai bem.

A maior queda na região aconteceu no Maranhão (3,2%), seguido pelo Ceará (1,6%) – 2º lugar entre as economias nordestinas e também muito relevante para o desempenho da área fabril regional – e Bahia (0,2%). Na contramão, o Rio Grande do Norte cresceu 21,4% e Pernambuco, 4,5%.

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