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Governo cobra ONS para usar melhor a energia renovável do NE

Governo está preocupado com os cortes de geração que estão atingindo a energia renovável do NE
Ângela Fernanda Belfort
Ângela Fernanda Belfort
De Recife angela.belfort@movimentoeconomico.com.br
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A geração de energia eólica e solar têm tido prejuízos com os cortes de geração feitos pelo ONS. Foto: Reprodução/Agência Gov

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) pediu ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que apresente um estudo, até a reunião de junho do CMSE, sobre a adoção de medidas na operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) que permitam um maior escoamento e aproveitamento da geração de energia renovável – principalmente da geração solar e eólica – da Região Nordeste, mitigando os cortes de geração (curtailment).

Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, o CMSE é um colegiado que aponta diretrizes para o setor elétrico. Os cortes de geração trouxeram um prejuízo superior a R$ 1,6 bilhão, segundo uma estimativa feita pela consultoria Volt Robotics.

Poderia estar sendo escoada mais energia do Nordeste para o Sudeste, porque as atuais linhas de transmissão suportam o transporte de uma maior quantidade de energia. Segundo técnicos do setor, popoderia estar sendo escoada, a mais, do Nordeste para o Sudeste 1,5 gigawatt de energia. Isso contribuiria para ter menos cortes de geraçaõ e também poderia levaria a um decréscimo do preço da energia do mercado de curto prazo (PLD) do Sudeste, que também tem prejudicado os geradores de energia renovável do Nordeste. E, por último, esta medida ajudaria a recompor os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste que estão diminuindo devido a uma redução das chuvas.

O ONS é quem administra o SIN e passou a fazer mais cortes de geração depois de um apagão que ocorreu em 15 de agosto de 2023. Na época, se suspeitou que algumas linhas estavam transportando mais energia do que poderiam. Depois, foi comprovado que o problema não ocorreu por causa da sobrecarga, mas o ONS restringiu a quantidade de energia que poderia ser enviada do Nordeste para o Sudeste.

O Nordeste atualmente produz mais energia do que gasta por causa da expansão das renováveis. Ao pedir o estudo, a finalidade do governo é aumentar o escoamento de energia do Nordeste para o Sudeste.

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O CMSE também pediu para que sejam realizadas melhorias nos Sistemas Especiais de Proteção (SEPs), que podem resultar num aumento dos limites de energia que podem ser enviada entre o Norte-Nordeste-Sudeste/Centro-Oeste.

Problemas crônicos do setor de energia

Além dos fatores já citados acima, os cortes de geração ocorrem porque faltam linhas de transmissão para transportar mais energia entre o Nordeste e o Sudeste. Muitas das linhas que estavam previstas, atrasaram a sua execução. Também contribui a restrição operativa determinada pelo ONS.

O governo está preocupado porque em algumas empresas o corte de geração atingiu 50% da produção e estas companhias estão querendo cobrar, judicialmente, este prejuízo do governo federal.

Também é um absurdo o País estar literalmente jogando fora uma parte da geração excedente de energia do Nordeste. Segundo técnicos do setor, poderia estar sendo escoada, a mais, do Nordeste para o Sudeste 1,5 gigawatt de energia. E isso contribuiria para poupar a água dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste. Em março, foram verificados armazenamentos equivalentes de cerca de, respectivamente, 68%, 39%, 78% e 96% no Sudeste/Centro-Oeste; Sul; Nordeste e Norte.

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