
O projeto de fabricação de hidrogênio (H2V) e amônia verdes da empresa Solatio, no Piauí, deu mais um passo para se concretizar. O Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) aprovou a implantação do empreendimento na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Parnaíba, no Piauí. Segundo informações da empresa, isso traz vantagens fiscais importantes, ampliando a competitividade do projeto no mercado global. A companhia pretende produzir o quilo de H2V abaixo de US$ 3 (cerca de R$ 18).
De acordo com a companhia, o preço será alcançado com a otimização dos custos de investimentos e com a compra de energia, que virá de plantas fotovoltaicas da própria Solatio, conectadas à rede e dimensionadas para suprir a totalidade da energia necessária ao projeto.
O complexo industrial funcionará 24 horas por dia, os excedentes de geração de
energia no horário solar serão “trocados” por energia produzida nos demais horários por
empreendimentos de energias renováveis de terceiros, contratados no longo prazo com a garantia de certificação. A gestão dessa operação será feita pela comercializadora de energia Tradener.
A produção de H2V e derivados utiliza muita energia para separar a molécula da água em hidrogênio e oxigênio num processo chamado eletrólise. Tanto o H2V como a amônia só são verdes se usarem energia renovável no processo de fabricação.
Com a previsão de uma capacidade instalada de 3 gigawatts (GW), o projeto H2V Piauí será implementado em 3 etapas anuais consecutivas, com expectativa da entrada em operação da primeira fase em janeiro de 2029.
A situação do projeto de H2V da Solatio
Atualmente, o projeto está em fase final de licenciamento ambiental e a decisão final de investimento (FID) deve ocorrer ainda no primeiro semestre de 2025.”Este é um passo decisivo para estabelecer o Brasil como um líder global na produção de hidrogênio e amônia verdes,” afirma o CEO da Solatio, Pedro Vaquer.
A produção do projeto do Piauí será destinada principalmente aos mercados da Europa e Ásia, onde a demanda por combustíveis de baixo carbono é relevante e crescente.
De origem espanhola, a Solatio desenvolve e investe na geração de energia solar e, mais recentemente, também em soluções energéticas integradas para grandes consumidores, como data centers, a indústria de hidrogênio verde e derivados.
O hidrogênio verde pode ser utilizado diretamente como combustível ou convertido em amônia verde, facilitando seu transporte e armazenamento. Estes combustíveis limpos são apontados como soluções para uma futura descarbonização de setores como indústria, transporte pesado e fertilizantes.
*Com informações da Solatio
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