O Ministério de Minas e Energia (MME) selecionou 12 hubs de hidrogênio que podem contribuir para a descarbonização da indústria, incluindo o Hub Suape Transição Energética (Hub Suape TE). Dos 12 escolhidos, somente quatro estão no Nordeste. Na região, também foram contemplados o DRHy da EDP Renováveis do Brasil, no Ceará; o Hub de H2V de Camaçari do Grupo Neoenergia, na Bahia; e o H2V Ecohydrogen Energy, também na Bahia.
Os projetos foram escolhidos mediante um chamamento público feito pelo MME. Foram apresentadas 70 propostas. Segundo informações do MME, a equipe técnica do ministério levou em consideração aspectos técnicos, financeiros e de potencial do projeto, como o volume de hidrogênio a ser produzido, qual será o uso industrial do mesmo com foco em descarbonização, entre outros indicadores.
“Os resultados indicam o grande potencial de hubs de hidrogênio de baixa emissão de carbono como indutor da descarbonização da indústria no Brasil. As propostas sinalizam a utilização de hidrogênio para produção de aço verde, alumínio, fertilizantes, em processos de refino e produção de e-metanol”, explicou o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Thiago Barral
Os projetos selecionados nesta fase serão convidados a participar da próxima fase do processo, que consistirá em apresentar detalhadamente os projetos para melhor caracterização dos dados informados do projeto e de como os recursos do CIF-ID poderão ser alocados para apoiar a sua viabilidade.
As propostas de projeto melhor avaliadas poderão concorrer ao recurso do fundo internacional Climate Investments Funds – Industry Decarbonization CIF-ID, no qual o Brasil está participando sob coordenação da Secretaria de Assuntos Internacionais (SAIN) do Ministério da Fazenda, com participação do MME e MDIC.
Hub de hidrogênio Suape Transição Energética
Um dos fatores que contribuíram para a aprovação da proposta do Porto de Suape foi a fábrica de e-metanol, da European Energy, que vai se instalar em Suape, e realizar um investimento da ordem de R$ 2 bilhões. “Além disso, há um acordo firmado com os produtores de açúcar e álcool, por meio do sindicato dos produtores de açúcar e álcool do estado de Pernambuco, para o fornecimento de CO₂ biogênico para a produção do e-metanol”, explica a diretora de Inovação e Transformação Digital de Suape, Adriana Martin.
Ela também acrescenta que “no final dessa cadeia de produção, os consumidores, os chamados off-takers, serão os navios do grupo Maersk, movidos a e-metanol, que aportarão no novo terminal de contêineres da APM Terminals (empresa do mesmo grupo) que está sendo construído em Suape”. O e-metanol vai contribuir para a descarbonização porque vai substituir o combustível de origem fóssil usado pelos navios.
Ainda de acordo com Adriana, o projeto Hub Suape Transição Energética – TE – está numa fase conceitual e trata da produção, armazenamento, transporte e distribuição do hidrogênio de baixa emissão de carbono e seus derivados. A estatal está planejando instalar no cais 7 da estatal uma infraestrutura de dutos, que poderão, no futuro, transportar estes combustíveis sustentáveis.
Também está prevista a implantação do TecHub, liderado pelo Senai, em parceria com o Complexo de Suape que vai desenvolver projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) que envolvem a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono, em escala piloto, por meio de diferentes rotas tecnológicas, como eletrólise, biomassa, entre outras.
*Com informações do MME e do Porto de Suape
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