Após quase dois anos parada, a Usina Termelétrica (UTE) Porto de Sergipe 1 retomará as operações temporariamente a partir do sábado (30) até o dia 20 de dezembro. A medida foi tomada com o propósito de suprir a demanda de energia durante o período seco e de baixos níveis nos reservatórios das hidrelétricas. A usina ainda passará por reparos nos primeiros dias de operação.
“A retomada da operação da UTE Porto de Sergipe é crucial para a estabilidade do sistema elétrico nacional, especialmente em um momento em que as fontes hídricas não estão conseguindo suprir as necessidades do país. Isso demonstra o papel do estado no contexto energético nacional, trazendo segurança ao abastecimento”, resume o titular da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Valmor Barbosa.
A ação atende determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que havia antecipadamente notificado a usina ainda no mês de outubro, para suprir a demanda de energia no período de 21 dias, do dia 30/11 até 20/12. Para a UTE Porto Sergipe 1 foi autorizada a operação inflexível – ou seja, com uma capacidade de geração fixa – nos horários em que for preciso.
Essa reativação da usina acontece diante de um contexto de emergência, com uma elevação significativa no consumo de energia devido ao aumento das temperaturas. Isso se soma aos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, que no momento se encontram abaixo da média histórica como consequência do período seco, que tem impactado diretamente a vazão dos rios e os níveis das usinas.
O propósito é atender aos horários de pico de consumo, como no final da tarde e início da noite. Essa estratégia visa atender à alta demanda de energia durante esses períodos, garantindo o menor custo operacional possível, uma vez que a termelétrica tem a capacidade de abastecer 15% da demanda de energia do Nordeste. Contudo, ela é acionada somente quando há um déficit no fornecimento de energia.
Termelétrica mais eficiente
A Usina Termelétrica Porto de Sergipe I ajudará com a sua capacidade de geração de 1.551 MW. Contando com três turbinas a gás 7HA, considerado hoje o mais eficiente disponível no mercado, e uma turbina a vapor, além dos demais sistemas usuais, como caldeiras de recuperação de vapor, condensadores, torre de resfriamento, sistemas e tratamento de água e efluentes e subestação.
Nos primeiros dias de operação, a Eneva, responsável pela usina, ainda realizará consertos necessários. Por isso, inicialmente a usina será alimentada por gás natural da malha integrada de gasodutos do país, utilizando o gasoduto de conexão recentemente inaugurado pela Transportadora Associada de Gás (TAG).
Após a conclusão dos reparos, a usina deve passar a funcionar com gás natural liquefeito (GNL) importado via terminal de Sergipe para atender às suas demandas de combustível.
Além da usina sergipana, as termelétricas Santa Cruz (RJ), da Eletrobras Furnas, e a Linhares (ES), da Eneva, também farão parte do plano de emergência.
Leia mais: SE vai investir R$ 12,5 mi para ampliar rede de gás para Barra dos Coqueiros